Centenas de alunos de escolas públicas aprovados na UnB

Novembro é época de resultado do Programa de Avaliação Seriada (PAS) 3 da UnB, com a relação dos secundaristas aprovados para a Universidade de Brasília.

É também época de professores(as) e orientadores(as) desses secundaristas se encherem de orgulho dessa juventude poderosa que, a despeito de todas as dificuldades do período de pandemia que se somaram às dificuldades inerentes ao ensino público brasileiro, conseguiram sua vaga na UnB.

Além do CED11, de Ceilândia, temos também o CEM01 do Gama que já colocou 78 alunos na UnB, e o Centro de Ensino Médio do Setor Oeste (CEMSO) que, na primeira chamada, já colocou 48 alunos na UnB (sim, esse número vai crescer!). A galera vai pros cursos de engenharias (várias), medicina, ciência política, direito, arquitetura, letras e vários outros.

Os diretores das escolas sabem que tiram leite de pedra, pois a falta de estrutura é uma realidade na escola pública do DF – as salas com mais de 35 alunos nesta época de retorno 100% presencial das aulas, denotando a falta de novas unidades escolares em todas as regiões administrativas do DF, que o digam.

No meio do caminho dessa turma que agora entra na Universidade, ainda havia uma pandemia, que trouxe um desafio inédito: garantir um ensino remoto de qualidade para os e as estudantes. E é esse ensino que o Sinpro defende e acredita: uma educação pública com qualidade socialmente referenciada, inclusiva, plural, laica e continuada, capaz de fazer a diferença para tantos e tantas estudantes da periferia.

“A conquista desses alunos é a culminância de um projeto que teve início em 2018. O grande desafio nosso foi, sem dúvida, convencer a comunidade escolar que era possível estudarmos de forma remota.”, diz Macário dos Santos Neto, diretor do CEM01 do Gama.

Nessas horas, fica ainda mais poética a etimologia da palavra aluno, que vem do latim, mais precisamente do verbo alēre (nutrir, crescer, alimentar). Do particípio passado desse verbo (altus), originou-se a palavra alto; aquele que percorreu um caminho e chegou ao estado de nutrido / alimentado, é um ad altus, ou adulto; quem está no meio do processo de nutrição pode ser um adult escere ou um alumnus (palavras que chegaram ao português como adolescente e aluno).

Então, os alunos já estão nutridos. Viraram altos, adultos. Vão voar rumo ao universo – e de lá vão sempre se lembrar (e se orgulhar de) serem crias da escola pública brasileira.

Temos certeza que esses não foram os únicos. Essa lista ainda tem muito a crescer. Sua escola também aprovou estudantes na UnB? Envie um e-mail para imprensa@sinprodf.org.br e vamos aumentar essa lista que nos enche de orgulho e esperança. Estamos todos aqui, nós do Sinpro e os professores(as) e orientadores(as), com os olhos brilhando de orgulho de vocês!

 

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