CEM 304 de Samambaia usa doação de sangue para combater uso de drogas

O Projeto Fazer o bem sem olhar a quem, da professora Gildenir Calisto dos Santos, que leciona Sociologia no CEM 304 de Samambaia, vem sendo desenvolvido desde 2016. A partir da ideia de ajudar ao próximo e de valorização da vida, a professora trabalha a doação de sangue – e de medula óssea – com responsabilidade.

A proposta desse projeto é que, a partir do gesto e da atitude da doação de sangue, se aborde com o adolescente uma série de outros temas que, no final das contas, dão conta de sua postura perante a sociedade civil.

São abordados conceitos como ação social e burocracia, a partir da bibliografia do sociólogo Max Weber. O trabalho é realizado com pesquisas em grupo, visitação ao hemocentro e outras casas de reabilitação.

O projeto dura todo o ano letivo, e começa com os alunos divididos em grupos para apresentarem seminários conscientizadores sobre drogas (uso e tráfico), doenças sexualmente transmissíveis, gravidez na adolescência, depressão, aborto, doação de sangue, terceiro setor /trabalho voluntário.

Em seguida, os alunos também participam de palestras sobre drogas e doenças sexualmente transmissíveis, com exibição de filmes.

A etapa seguinte do projeto prevê a visita a instituições como o Hospital do Câncer; Clínicas  de reabilitação de usuários de drogas e casas de atendimento a soropositivos, com a proposta de se realizar uma campanha para ajudar alguma dessas instituições filantrópicas.

Na fase da pesquisa sobre a doação de sangue e de medula óssea, que ocorre no terceiro bimestre, os alunos buscam e compartilham mais informações sobre o conhecimento dos temas na sociedade, e os dados são tabulados em sala de aula.

A seguir, a professora busca levantar quais alunos são maiores de 18 anos, e os maiores de 16 anos (que, pela lei, podem doar mediante autorização dos pais)

“Realizamos esse projeto desde 2016 na escola. Tivemos que suspender o trabalho em 2020 e 2021 por causa da pandemia, mas este ano já retomamos”, explica a professora Gil.

Doação de sangue para combater uso de drogas

A professora Gil conta que o estalo para desenvolver esse projeto foi observar que vários alunos com perfil de liderança estavam entrando no caminho das drogas.

“Achei importante intervir de alguma forma, e sabia que abordar o combate às drogas, diretamente, não iria funcionar. Então, pensei na doação de sangue e cuidado com o próprio corpo e a própria saúde para poder cuidar do outro e da saúde do outro”. E arremata: “com esse projeto, são os próprios alunos que correm atrás das informações e compartilham com os colegas”.

O projeto da professora Gil foi um dos selecionados por um edital da Capes, que proporcionou à profissional do magistério um curso de dois meses no Canadá sobre pedagogia de projeto e educação centrada no aluno.