CEM 03 de Taguatinga aprova 21 alunos na UnB

A semana que passou foi de muitas alegrias para as turmas do terceiro ano do Centro de Ensino Médio (CEM) 03 de Taguatinga. A escola viu o nome de 14 alunas e 7 alunos aprovados no vestibular da UnB, num total de 21 estudantes.

O trabalho de todo o corpo docente está apresentando os resultados, mas uma professora se destaca entre os demais: Regina Cotrim. Professora da SEDF há 20 anos, saiu de sala de aula por restrição de voz. Mas criou, no ano passado, um projeto para atender os e as jovens que se preparam para o vestibular. Surgiu o NAVE, Núcleo de Apoio aos Vestibulandos do CEM03 de Taguatinga.

“Estou acompanhando os nossos estudantes. Tenho uma planilha com as notas de cada um, do PAS 2 e 3, além das notas do vestibular da UnB e do Enem”, conta, orgulhosíssima.

Para ajudar vestibulandos(as), Regina chegou a fazer uma rifa que arrecadou dinheiro para pagar 20 inscrições de alunos(as) de baixa renda nos processos seletivos de Brasília.

Por seu trabalho à frente do NAVE, Regina foi agraciada, em setembro, com menção honrosa do 1º Prêmio Paulo Freire de Educação, concedido pela Câmara Distrital.

 

Da baixa expectativa para a euforia total

O site do Sinpro conversou com dois alunos e duas alunas do CEM 03 aprovados(as) no vestibular da UnB. As histórias foram muito parecidas: expectativas baixas, provas muito difíceis e cansativas, mas o nome apareceu na lista de aprovados. A alegria de todos é sempre partilhada com a professora Regina.

“O vestibular foi a prova mais difícil da minha vida. Ela é muito cansativa, requer muita atenção”, conta Beatriz Bertini. “Não achava que eu iria ser aprovada logo de primeira. Quando eu vi o meu nome no site da UnB, fiquei em choque, mas muito emocionada. Uma sensação indescritível. Eu cheguei aonde eu queria, e vou chegar em lugares muito mais altos. Antes eu não tinha essa confiança toda, mas quando eu me vi aprovada, me senti muito confiante e inspirada”, contou a mais nova caloura de Pedagogia da UnB.

Henrique Pedrosa foi à UnB pessoalmente, mais para reencontrar os amigos do que pra conferir o resultado. “Eu vi meu nome primeiro no site. Minha amiga (Luzia Gonçalves, aprovada em Arquitetura) chegou de ônibus, chorando, pois também tinha visto no site que nós havíamos sido aprovados no vestibular. Então, nós corremos pro Teatro de Arena, onde estava o Listão dos Aprovados. Nessa hora, meu corpo todo tremia. Vimos nossos nomes no Listão, e encontramos com a professora Regina, que também estava chorando de felicidade. Foi surreal, não fazia sentido pra mim ver meu nome naquela lista, fiquei muito surpreso na hora!”, conta o calouro da Faculdade de Administração, Contabilidade, Economia e Gestão pública (FACE) da UnB.

Veja o momento no vídeo abaixo.

 

Daniel Pereira conta que só fez o vestibular da UnB por incentivo dos professores, principalmente da professora Regina. “Admito que não estava exatamente preparado para o vestibular pois o foco era mais o PAS, mas o conteúdo até que era relacionado e consegui fazer a prova de forma tranquila. Quando vi meu nome na lista de aprovados pela internet, fiquei muito feliz, muito eufórico. Chamei minha mãe, minha avó e todo mundo comemorou e chorou. É uma sensação única de vitória e recompensa, afinal não foi um caminho fácil, foi um ano longo de estudos.” Daniel já se matriculou no curso de Teoria Crítica e História da Arte.

Laura Diniz também reclamou da prova do vestibular da UnB, difícil e cansativa. Ela resolveu tirar um cochilo na tarde da última terça-feira para não ficar ansiosa. “Quando deu a hora da divulgação dos resultados e eu vi meu nome no site, não acreditei. Eu pedia pra professora conferir o meu nome, porque eu lia e não acreditava que meu nome estava naquela lista. Contei pra minha mãe, e tanto ela quanto eu choramos de felicidade. Agora é aquele sentimento de realização, a gente sabe o quanto estudou e se empenhou para isso. Estamos muito felizes.” Ela começa a cursar Fonoaudiologia no início do semestre na UnB.

 

Alunos adultos

No Latim, o verbo alēre significa crescer, nutrir, alimentar. Do particípio passado desse verbo (altus), originou-se a palavra alto; aquele que percorreu um caminho e chegou ao estado de nutrido / alimentado, é um ad altus, ou adulto; quem está no meio do processo de nutrição pode ser um adult escere ou um alumnus (palavras que chegaram ao português como adolescente e aluno). E, finalmente, ao juntarmos a primeira pessoa do singular de alēre (alō) com o sufixo –mentum, temos alimento, ou a ferramenta / instrumento da nutrição.

A diretoria colegiada do Sinpro parabeniza todas as escolas públicas de ensino médio que, nesta época do ano, comemoram o sucesso e a conclusão de um trabalho árduo, porém gratificante: a mudança de estado dos “alunos” (e alunas) para “adultos” (e adultas). Que todos e todas aproveitem ao máximo a oportunidade única de estudarem na 9ª melhor universidade federal do país.  O futuro é logo ali. E os resultados do PAS estão virando a esquina.

A sua escola também aprovou jovens na UnB? Envie um e-mail para a imprensa do Sinpro (imprensa@sinprodf.org.br) contando!

MATÉRIA EM LIBRAS