CEF GAN realiza evento sobre Afrofuturismo e violência contra as mulheres

A partir desta quarta-feira (18), o Centro de Ensino Fundamental GAN, na 603 Norte – Plano Piloto, realizará o AFROGAN: Afrofuturismo – da fantasia à realidade. O evento ainda abrange a Semana Temática Maria da Penha, de 23 a 27 de novembro. A atividade, que marca o Mês da Consciência Negra, será aberta ao público. Quem se interessar em participar deverá mandar nome e endereço de email para o WhatsApp 9453-9307. O link será enviado com 30 minutos de antecedência de cada atividade, e a transmissão será feita via Google Meet.

Estão na programação discussões e debates sobre temas como empoderamento através da música e suas raízes, as várias formas de violência contra as mulheres, a Lei Maria da Penha e perspectivas Afro-centradas. Os temas serão discutidos em palestras, rodas de conversas e atividades lúdicas.

“O que queremos é abordar o empoderamento das negras e dos negros não através de relatos históricos de sofrimento, mas de protagonismo. Queremos apresentar negras e negros como modificadores de uma realidade social”, explica a diretora do CEF GAN, Selma Cabral.

Ela ainda lembra que o combate à violência contra as mulheres, que atinge duplamente as mulheres negras, também é urgente, e que discussões sobre esse tema também é um papel da escola.

 

O que é Afrofuturismo

O afrofuturismo é um termo usado para definir a convergência da visão afrocêntrica com a ficção científica, inserindo a negritude em um contexto de tecnologia e projeções sobre o futuro. O conceito levanta possibilidades de vivência negra em mundos que não são marcados pelo racismo e pela opressão, funcionando como crítica à realidade atual.

O termo foi cunhado pelo crítico cultural e acadêmico americano branco Mark Dery em 1994. Dery usou o termo no ensaio “Black to the Future”, em que entrevista três intelectuais negros sobre o motivo de haver tão pouca ficção científica de autoria negra. Eles são o escritor Samuel Delany, o escritor e músico Greg Tate e a crítica cultural Tricia Rose.

Para Dery, causava perplexidade a falta de ficção científica negra nos EUA já que “afro-americanos (…) vivem em um pesadelo sci-fi em que campos de força de intolerância invisíveis e intransponíveis frustram seus movimentos [e] a tecnologia é frequentemente usada contra os corpos negros”.

No fim da década de 1990, a socióloga americana Alondra Nelson foi fundamental para a propagação da ideia de afrofuturismo. Em 1998, ela criou Afrofuturism, uma lista de discussão online pioneira sobre o tema, reunindo acadêmicos, artistas e pesquisadores para discutir as possibilidades e aplicações do conceito. “O termo foi escolhido como o melhor guarda-chuva para os interesses da lista [incluindo] imagens de ficção científica, temas futuristas e inovação tecnológica na diáspora africana”, explicou Nelson em um ensaio de 2002. (Fonte: Nexo Jornal https://www.nexojornal.com.br/expresso/2020/08/05/O-que-%C3%A9-afrofuturismo.-E-como-ele-aparece-na-cultura-pop)

 

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