CED 6 de Ceilândia apresenta uma Odisseia Cultural

Há dez anos o Centro Educacional 6 de Ceilândia promove um projeto que incentiva os(as) estudantes a passarem por processos importantes e necessários do trajeto pedagógico: lembrar, compreender, aplicar, analisar, avaliar e criar. Em 2009, com intuito de melhorar as práticas avaliativas da escola, o grupo de professores(as) e orientadores(as) educacionais pensou em um projeto ousado: em vez de uma turma com oito pequenos grupos apresentando cada um seu trabalho em uma disciplina específica, a formação de uma escola com 32 macro grupos apresentando seus trabalhos de forma transdisciplinar. Nascia aí o projeto Odisseia Cultural.

Por meio da Odisseia Cultural, os(as) alunos(as) têm total liberdade para tratar quaisquer assuntos com abordagens pedagógicas e/ou artísticas. Nos últimos anos o projeto debateu temas como pertinentes, exemplo do Holocausto, LGBTQIA+Fobia, 100 anos do Samba, Fernando Pessoa, História de Ceilândia, Higiene Básica, entre outros. Este ano o projeto ocorreu de 15 a 22 de julho.

Ana Carolina, coordenadora do CED 6, ressalta que o trabalho pedagógico nesta atividade requer mediação e orientação, a fim de tornar o projeto cada vez mais interessante e consistente, sendo vital que toda a comunidade escolar esteja envolvida no processo. “O que torna mais interessante o projeto é que cada turma decide sobre qual tema vai falar e de que forma apresentar. Esse ano, por exemplo, nós tivemos um trabalho que falava sobre racismo e eles optaram por fazer um documentário entrevistando os alunos, professores e profissionais da escola, com uma apresentação teatral. Também foi proposto um tema pensando sobre a morte do ponto de vista biológico, filosófico, religioso e matemático”, analisa a professora, lembrando que o projeto foi idealizado pelo vice-diretor Ricardo Jardim Medeiros.

A professora lembra que o processo de escolha do tema não fácil. Durante o percurso os(as) alunos(as) discutem, debatem, brigam e nem sempre a sala toda concorda com a ideia que venceu. Os(as) estudantes então precisam lidar com as expectativas da idealização e as frustrações da realização. “Nem tudo o que se imagina se concretiza, além da necessidade de saber encaixar seu talento no trabalho e saber fazer as coisas em equipe. Mas após a apresentação é incrível como os outros colegas, os professores percebem os estudantes com uma maior admiração”, explica.

Para o professor e coordenador do CED, Valter Halyson Leal da Silva, “se tivermos que resumir a essência da Odisseia em uma síntese, esta seria Liberdade de espaços formados e temas”.