Categoria promove manifestação contra arbitrariedades do GDF

O anúncio de mais medidas do GDF que sequer foram negociadas com a categoria, levou profesores(as) a realizarem uma manifestação na manhã desta sexta-feira (16) em frente ao Palácio do Buriti. Organizado pela CUT Brasília, o ato reuniu diversas categorias que estão sendo frontalmente atacadas pelo governo.
Referindo-se ao parcelamento de direitos trabalhistas proposto pelo GDF, a diretora Rosilene Corrêa destacou que essa postura é no mínimo imoral. “Querem nos colocar na condição de caloteiros, o que é o caso do GDF”, disse. Segundo ela, o governo está comprometendo o ano letivo, vez que não há acordo sobre o parcelamento dos valores devidos. “Em algum momento, o GDF vai ter que encarar a força da categoria. E isso vai acontecer logo, pois os(as) professores(as) não vão aceitar essas medidas impostas”.
Entre as recentes medidas autoritárias e unilaterais adotadas pelo governo Rollemberg estão a imposição do novo calendário escolar de forma arbitrária, desconsiderando o que havia sido amplamente discutido com toda a comunidade escolar; a redução do número de coordenadoras e coordenadores pedagógicos, bem como a sua liberação somente no segundo bimestre, condicionada à garantia de substituto; a alteração da data e parcelamento da remuneração de servidoras e servidores públicos; o adiamento e parcelamento de benefícios e direitos trabalhistas; e o calote no acerto rescisório das professoras e professores em contrato temporário, nesse momento em situação de desemprego.
A diretoria do Sinpro também denunciou que o GDF está retendo os repasses, a contribuição que os filiados pagam ao Sindicato, como forma de tentar desmobilizar a categoria.
Rosilene chamou ainda a atenção para o jeito com que o governo utiliza a imprensa para passar os seus recados. “O GDF usa a imprensa como porta-voz, pois é por meio dela que ficamos sabendo das decisões, e não pelo fruto das negociações que deveriam de fato ocorrer. Além disso, o governo passa a informação distorcida para os meios de comunicação, que acabam replicando um discurso que coloca a população contra os(as) professores(as) e o Sinpro”.
“Repudiamos a forma como o governo está tratando as entidades representantes dos trabalhadores. O governo não está negociando. Ele simplesmente comunica por meio da grande mídia suas decisões ao invés de respeitar as mesas de negociação. Além disso, joga a responsabilidade para a população de Brasília, alegando que o povo é o patrão dos servidores, enquanto eles, como gestores, deveriam apresentar soluções efetivas para os problemas de falta de pagamento. Como não bastasse, representantes do GDF criminalizam a classe trabalhadora quando ela utiliza instrumentos legítimos, como manifestações e greves, que buscam garantir o pagamento de salários e a manutenção de direitos”, afirmou o presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto.
Presente ao ato, a presidente em exercício da CUT Nacional, Carmen Foro, ressaltou que a situação no DF é absolutamente grave. “Precisamos reunificar nossa força e lutar. Quando não se tem servidores pagos e valorizados não há serviço para a população. É um desserviço o que o GDF está fazendo com seus trabalhadores. E é lamentável vermos essas pessoas na rua reivindicando salários, 13º, férias, ou seja, direitos básicos”, enfatizou.
Com a pressão dos(as) professores(as), o GDF concordou em realizar uma reunião na próxima segunda-feira (19), às 14h30, no Palácio do Buriti.
O acampamento dos(as) professores(as) na Praça do Buriti e demais atividades regionalizadas continuam. Vamos à luta!!!