Carreata pela Vida reúne mais de 200 carros contra a Copa América no Brasil

Movimentos sociais, sindicais e partidos políticos do Distrito Federal realizaram, na manhã de domingo (6), uma carreata contra a realização da Copa América no Brasil. O protesto teve uma repercussão positiva em toda a mídia.

Em vários jornais, o conteúdo foi mostrado que mesmo realizando os jogos em estádios sem torcida, a vinda de delegações de diferentes países representa um risco para a saúde pública. O governo federal, no entanto, continua investindo na realização da competição no Brasil. A Copa América começa, oficialmente, em 13 de junho.

 

A organização do protesto foi da Central Única dos Trabalhadores no Distrito Federal (CUT-DF) e do Partido dos Trabalhadores (PT) e contou com a adesão de vários sindicatos e partidos políticos. A carreata reuniu mais de 200 carros, às 9h30, na Praça do Buriti, segundo a organização. Ocuparam três das seis faixas do Eixo Monumental e seguiram para a Esplanada dos Ministérios.

 

Fizeram buzinaço e pediram por vacinação. Levaram também faixas e cartazes com os dizeres “Fora Bolsonaro”. O movimento contou com a solidariedade da população. Quem passava pela carreata buzinava aprovando o protesto.

Importante ressaltar que a realização da Copa América se tornou uma discussão política no País porque a pandemia do novo coronavírus continua sem nenhuma gestão por parte do governo Jair Bolsonaro (sem partido). Os índices de mortes por Covid-19 continuam altos no País e as Unidades de Terapia Intensiva (UTI) trabalhando nos seus limites máximos. Muitas estão com 100% de ocupação. No DF, a taxa de ocupação de UTI, na manhã desta segunda-feira (7), é de 98% na rede pública de saúde e, 86,4%, na privada.

 

O campeonato está previsto para ocorrer entre 13 de junho e 10 de julho, no Rio de Janeiro (Maracanã e Nilton Santos), Brasília (Mané Garrincha), Goiânia (Olímpico), Arena Pantanal (Cuiabá), cidades em que a Covid-19 é campeã em mortes diárias, embora o País inteiro esteja com números elevadíssimos de mortes pela doença por dia. “Nenhuma cidade brasileira tem condições sanitárias de receber campeonatos esportivos”, afirma a diretoria colegiada do Sinpro-DF.

“Além disso, há uma pressão inexplicável e uma ingerência direta do Presidente da República para que esse campeonato ocorra no Brasil. O único momento da nossa história em que um presidente interferiu autoritariamente em eventos esportivos como esse foi na ditadura militar”, observa a diretoria.

Dados subnotificados do consórcio de imprensa e do próprio Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) indicam que, de sexta-feira para sábado, 1.661 pessoas morreram em decorrência da doença. O total de óbitos ultrapassou, nesse fim de semana, os 472 mil óbitos. Até sábado, apenas 10,8% da população (22.896.108 pessoas) haviam recebido as duas doses da vacina. No DF, até o domingo (6), 8.800 pessoas haviam morrido por Covid-19, com registro, sempre subnotificado, de 10 mortes e 1.024 novas infecções entre o sábado (5) e o domingo.

 

Vale ressaltar que a imunização completa e a erradicação da pandemia só ocorrerá com o mínimo de 70% da população imunizada. Falta vacina, falta agilidade e falta o dinheiro pública investido no Sistema Único de Saúde (SUS), que é quem está segurando as pontas da pandemia no Brasil.

 

Confira as imagens:

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