Brasília ficará sem professores

O Governo do Distrito Federal publicou, no suplemento do Diário Oficial do DF dessa quarta-feira (30), a nomeação de 60 professores(as) de Educação Física para a rede pública de ensino. A nomeação destes professores de Educação Física é totalmente insuficiente e com um grande agravante: o concurso perderá a validade no próximo domingo. Além de ser  um número muito abaixo das necessidades da rede, estas nomeações prejudicam o projeto Educação com Movimento, que tem sido uma possibilidade de melhoria significativa no ensino fundamental das séries iniciais.
Exemplo exitoso, o projeto tem sido tratado com bastante descaso por parte da Secretaria de Educação do DF (SEE). Prova disto é o fato de nos próximos dois anos não só o projeto, mas toda a Educação Física da rede, sofrerá um duro golpe em função da opção que o governo Rollemberg (PSB) está tendo neste momento, que é a de não nomear uma quantidade suficiente para a demanda existente hoje na rede pública e também de realizar um novo concurso público para a disciplina.
Se o GDF iniciasse hoje os processos administrativos para a abertura de um novo concurso público para esta disciplina, até a última fase do pleito, que é a homologação, levaria dois anos. Este é o tempo mínimo estimado que o Distrito Federal ficará sem professor de Educação Física.  Com isto, o projeto Educação com Movimento não deve receber um número maior que os 60 professores que estão sendo nomeados agora. Além disto, toda Educação Física do Distrito Federal passará por outro problema, uma vez que no momento que um professor da modalidade se aposentar, o governo colocará no lugar um profissional em regime de contratação temporária. Com esta manobra o governo mostra que está ignorando e desrespeitando o texto constitucional que considera para este tipo de vacância (aposentadoria) uma vaga a ser preenchida por concurso público.
Para o coordenador da Secretaria de Imprensa do Sinpro Cláudio Antunes, esta artimanha utilizada pelo governo vai precarizar o serviço público, já que contratos temporários assumirão vagas que são de concursados. “Como não terá ninguém concursado nos próximos dois anos, o GDF colocará contratos temporários nestas vagas, precarizando o atendimento da rede. A precarização chegará ao trabalhador, que vai fazer esta substituição temporária sem ter direito aos benefícios que todo servidor público tem”, analisa o diretor.
“Ainda observamos que muitas escolas públicas estão sem orientador educacional, sendo que temos um banco com mais de 1000 profissionais da área aprovados em concurso no cadastro reserva. Isto é um número suficiente para contemplar a demanda da rede. Continuaremos lutando pela convocação de professores de Educação Física, de orientadores e dos demais professores aprovados nos últimos três concursos públicos”, finaliza a diretora do Sinpro Letícia Montandon.
A diretoria colegiada do Sinpro avalia que a herança que o governo Rollemberg deixará para a população do Distrito Federal na Educação, será a de uma Educação fragilizada em todas as suas estruturas: pouco investimento nas escolas, incluindo a não execução do orçamento para a educação nos anos em que governou; uma educação precarizada de recursos humanos para atender a população; e uma série de sequelas que só serão sanadas ao longo de muitos anos.
Nomeações feitas neste Diário Oficial
Além destas 60 vagas para professores de Educação Física 40h, foram nomeados:
 
23 professores de Artes/20h;
01 de Música/bateria 20h;
01 de Música/trompete 40h;
01 de Artes Plásticas 20h;
01 de Artes Visuais 20h;
01 de Eletrônica 20h;
02 de Enfermagem de 20h;
03 de LEM/ Inglês 20h;
03 de Língua Portuguesa 20h.