Brasil tem o menor índice de jovens aptos a votar da história

Faltando pouco mais de sete meses para as eleições que definirão o futuro do Brasil, com a escolha do novo presidente, governadores(as), senadores(as) e deputados(as) federais, o país registra um dado alarmante e extremamente preocupante: em comparação às últimas eleições gerais (2018), foi registrada uma queda de 47% dos jovens entre 16 e 17 anos que já tiraram o título de eleitor para participar do pleito deste ano. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), até o mês de janeiro só 730.693 mil adolescentes haviam tirado o documento, se colocando aptos a votar. Na comparação com as eleições de 2020, o número caiu 26%. Naquele ano, de acordo com o Tribunal, 992.513 mil pessoas desta faixa etária puderam votar. Há quatro anos, 1.400.613 milhão de adolescentes estavam autorizados a ir às urnas.

O cadastro eleitoral para as eleições deste ano vai até o dia 4 de maio. Até esta data os(as) adolescentes que quiserem votar podem procurar o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) mais próximo de suas residências para tirar o título. Jovens de 15 anos que completarão 16 anos até o 2 de outubro de 2022, data do primeiro turno das próximas eleições gerais, também podem fazer o documento.

 

Importância do voto

Imagine uma situação hipotética onde um grupo mora em uma comunidade e as decisões são tomadas por uma única pessoa. Por um período determinado, os(as) moradores(as) deste local terão de conviver com os erros e acertos tomados pelo “responsável” pelas deliberações, mas com a certeza que tudo poderá ser mudado na próxima escolha do “mandatário”. Da mesma forma é o voto: com ele podemos colocar fim àquilo que está em desacordo com tudo que a comunidade almeja, mudar o curso das decisões tomadas de forma errada e aproximar a realidade do local àquilo que seus moradores almejam. O voto tem uma importância importantíssima para o futuro de uma nação.  

Apesar de ser facultativo, o voto de jovens entre 16 e 17 anos é essencial para o processo eleitoral e para as mudanças que o país precisa, principalmente devido ao acesso à informação que esta faixa etária possui. Lembrando que o voto facultativo para adolescentes foi instituído pela Constituição de 1988, quando os constituintes consideraram que esse direito incentivaria a participação política e social dos mais jovens no destino do país.

Atualmente, os(as) jovens estão mais conscientes daquilo que está acontecendo no país, principalmente diante de tantos meios de informação. Dessa forma, a opinião desse público com relação a alguns assuntos tem sido mais crítica e importante para as necessidades brasileiras. “Hoje, no Brasil, estamos vivendo um período de grande intolerância, de desrespeito a direitos constitucionais e a várias instituições que solidificam a nossa democracia. É preciso que passemos a limpo tudo isto, e a forma que temos para isto é o voto. Por isto a importância das novas gerações fazerem a diferença nas urnas”, salienta o diretor da Secretaria de Políticas Sociais do Sinpro, Hamilton Caiana.

O sindicato incentiva as escolas públicas do Distrito Federal a incentivarem os(as) estudantes a tirarem o título de eleitor para que possam participar do próximo pleito. Além disto, o debate político e sobre os mais variados temas sociais deve ser incentivado nas salas de aula, para que cada um tenha noção dos problemas que temos passado, podendo, assim, ser a diferença que queremos para o país.

Para Hamilton Caiana, é importante que o(a) eleitor(a) procure se informar a respeito das ideias do partido político ao qual o seu candidato está filiado, pois a ideologia partidária – ou seja, os propósitos daquela legenda – está ligada ao que o(a) candidato(a) escolhido(a) realizará se for eleito(a). “Nós precisamos pensar o seguinte: se alguma coisa está errada no Brasil, se tem alguma coisa que nos incomoda, se estamos vendo que alguns pontos não estão sendo feitos, precisamos votar para mudar tudo isto. É somente por meio do voto e da escolha certa que poderemos mudar a realidade brasileira”.

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