Bolsonaro é recordista em gerar desemprego para o Brasil

Na última década, o desemprego nunca assolou tanto a vida de brasileiras e brasileiros como agora, no governo de Jair Bolsonaro. Segundo a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 14,8 milhões de trabalhadores e trabalhadoras estão desempregadas/os e outros seis milhões desalentados (não procuram mais emprego por não terem esperança em conseguir). É por isso que a nova etapa da campanha “A culpa é dele” aborda o desemprego como um dos destaques da ação do Sinpro-DF.

Segundo a Pnad Contínua, comparado ao 4º trimestre de 2020, mais de 880 mil pessoas iniciaram a tormenta pela busca de um novo posto de trabalho para sustentar a si mesmo e a própria família. E esse número só não é maior porque milhares de pessoas desistiram de procurar emprego. De acordo com a pesquisa do IBGE, o número de desalentados cresceu 25,1% comparado ao mesmo período de 2020.

“Bolsonaro é culpado inclusive por roubar a esperança do povo. É muito triste ver que as pessoas, diante de tantos ‘nãos’, desistem de entrar no mercado de trabalho. Quando há chance de participar de uma seleção de emprego, tem gente que não tem dinheiro para pegar um ônibus e ir até o local da entrevista; ou não têm sequer roupa apropriada para comparecer. E muitas dessas pessoas são jovens, que poderiam estar transformando o Brasil”, comenta a diretora do Sinpro-DF Letícia Montandon.

Em uma de suas conversas com apoiadores, o presidente Bolsonaro chegou a dizer, sem nenhum pudor, que um dos motivos do desemprego no Brasil seria culpa do próprio povo, que não está preparado para fazer “quase nada”. O ex-comandante do Exército não comenta, entretanto, que a demora do governo federal para retomar políticas como o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) e o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (Bem) produziu grave impacto negativo no cenário do mundo do trabalho.

Outro motor para o desemprego desenfreado é a ausência de investimentos públicos e a lenta vacinação contra a covid-19. Esses dois fatores estancam a economia e, consequentemente, tendem a aumentar ainda mais a taxa de desemprego.

Mesmo diante do desemprego recorde e da pior crise sanitária do século, Bolsonaro só liberou o auxílio emergencial de R$ 600 para as vítimas econômicas da covid-19 após forte pressão da oposição no Congresso Nacional e da sociedade civil, e mesmo assim vinculando o benefício a um pacote fiscal que atinge em cheio servidores e serviços públicos: a PEC Emergencial. Entretanto, neste ano, o auxílio é pago em parcelas que variam de R$ 150 a R$ 375.

“A culpa é dele”
A campanha “A culpa é dele”, do Sinpro-DF, foi lançada no dia 19 de junho, quando o Brasil ultrapassou o número de meio milhão de pessoas mortas pela covid-19. O objetivo da campanha é explicar à população, de forma didática, que tanto as milhares de mortes causadas pelo vírus como o desemprego, a fome, a miséria, o desalento, a crescente da violência, o medo têm um culpado: o presidente da república Jair Bolsonaro.

No lançamento da campanha, foi exposta no viaduto da rodoviária do Plano Piloto uma faixa de mais de 30 metros de largura, com os dizeres: “Mais de 500 mil mortos. A culpa é dele. Fora Bolsonaro”. Poucos minutos após a abertura do material, a polícia militar, que segue diretrizes do governo local, impôs a retirada da faixa.

Diante da gravidade do cenário e da exaustão do povo brasileiro frente ao caos em que se encontra o Brasil, o Sinpro-DF deu continuidade à campanha, reabrindo, em diversos locais do DF, essa e outras faixas que denunciam a política anti-povo de Bolsonaro.

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