Baobá

por Coletivo de Mulheres Negras Baobá

A árvore Baobá, ancestral, milenar, potente que se transforma em símbolo de resistência para o povo negro.

Em alguns locais do continente africano, a árvore Baobá é chamada de árvore mãe, por possuir elementos nutritivos à sobrevivência humana, produção de alimentos, medicamentos e por armazenar em suas raízes água.

Por essas e outras significâncias, é escolhido o nome do Coletivo de Mulheres Negras Baobá, BAOBÁ no singular pela unificação de forças. A escolha desse nome ao nosso coletivo foi sugestão da matriarca Lydia Garcia, pela presença viva do nome BAOBÁ em nossa ancestralidade.

A busca de um novo coletivo para enfrentar o contexto pandêmico, conflituoso, em que famílias periféricas gritam por socorro, sobretudo mulheres negras mãe solo, trabalhadoras, chefas de família, surge o Coletivo de Mulheres Negras Baobá.

Com olhar solidário/político (solipolítico), nós do Coletivo de Mulheres Negras Baobá entendemos o recado, e cuidamos de articular ações conjuntas com mulheres das RAs do DF para emancipação política junto ao Estado. Com recursos próprios, no início atendendo a 26 famílias de mães solo, com cestas básicas, famílias com mulheres negras chefas de família. Hoje, atendendo a 30 famílias no SCLC (Setor de Chácaras Lúcio Costa- Guará), continuamos fortalecidas com os recursos das BAOBÁS acrescidas de doações dos nossos parceiros: Sindicatos dos Professores, Bancários, Gabinete do Deputado Fábio Felix/Dani Sanchez e projeto Dividir/MST/DF, fortalecendo a distribuição de 30 cestas básicas mensalmente. Bordelando/ CFEMEA/ Coletivo A Partida, 8M 2021, e também doadores individuais da sociedade Civil – muitas delas mulheres – foram doadoras de alguns momentos, fortalecendo a nossa luta. Agregamos ainda a essas mulheres a distribuição de absorventes para reforçar a implantação e implementação da lei de distribuição dos absorventes higiênicos.

Ver mulheres das comunidades do DF convergentes em atos políticos, o mais recente foi o do dia 8 de março de 2022 na Praça do Palácio do Buriti. Elas reivindicavam seus direitos junto ao estado como trabalhadoras, mães de filhos vítimas de genocídio da juventude negra, justiça aos feminícidios, denúncia ao racismo, ali estava a força das mulheres – em especial força das mulheres negras.
Ao nosso lado, dentro de um vaso, uma forte representante: uma árvore Baobá, como símbolo de resistência do povo negro, aguardando aprovação para ser plantada naquela praça. Mais um plantio, mais uma árvore milenar no esperançar. Nesse mesmo dia, em comemoração ao Dia da Mulher, foi-nos ofertado, com muito carinho pelo CFEMEA/SINPRO, um saboroso almoço, regado a trocas sócio-político-educativas no espaço do SINPRO. Uma acolhida e tanto para o Coletivo de Mulheres Negras Baobá, sobretudo Mulheres Negras da comunidade do Setor de Chácaras Lúcio Costa.

Muito lindo de ver e viver, o plantio de BAOBÁ na chácara dos professores transformado em um documentário, Baobá como nome de Coletivo, BAOBÁ como recurso na aplicabilidade da Lei 10.639/03 nas escolas, plantio de BAOBÁ como marca histórica em todo o Distrito Federal, lições do Baobá em nossas vidas, BAOBÁ como projeto político antirracista, e assim seguimos no respeito, no afeto e no cuidado.