Aviso: “Quem votar contra trabalhador vai virar cartaz”

A votação da Medida Provisória (MP) 665, que altera as regras para acesso, por exemplo, ao seguro-desemprego e ao abono salarial, iniciada na terça (5) foi adiada para esta quarta (6), a partir das 12h no plenário da Câmara dos Deputados. O adiamento foi motivado por entendimentos que estavam em curso entre os partidos que compõem a base do governo.
Segundo José Guimarães (PT-CE), líder do governo, o adiamento da votação da MP foi o melhor caminho, até porque haverá mais tempo para continuar promovendo as negociações a fim de aprovar ajuste fiscal. “O governo está seguro, e a base não tem pressa. Nós preferimos continuar o diálogo até amanhã e aí votar a 665, depois a 664 [MPs 665 e 664]. O governo está preocupado em aprová-las”.
Partidos de oposição prometem continuar obstruindo a votação das medidas provisórias do ajuste fiscal, argumentando que o governo deveria cortar gastos, funções e ministérios, em vez de promover o ajuste.
MPS 664 e 665A posição da CUT segue firme contra as MPs. “Não podemos ajustar contas do governo em cima dos direitos dos trabalhadores”. Esta posição  foi reiterada pelo presidente da CUT, Vagner Freitas, durante reunião que a bancada do PT fez nesta terça.
“Se governo quer fazer um ajuste fiscal, que taxe as grande fortunas e a especulação financeira, que melhore os mecanismos de combate à sonegação. A CUT não vai permitir que o governo, para não mexer com os empresários, mexa com a parte mais frágil, que são os/as trabalhadores/as, tire direitos restringindo o acesso a benefícios fundamentais. Aumentar o prazo para acesso ao seguro-desemprego é retirar um direito adquirido, restringir o acesso a um benefício previdenciário é retirar um direito adquirido”, disse Vagner.
A CUT entende que se o governo acha que precisa fazer correções nas políticas públicas para evitar fraudes ou corrigir erros que, porventura, existam, que se prepare, que capacite e contrate mais fiscais. Mas não como ajuste fiscal.
Vagner defendeu que as medidas sejam discutidas no âmbito do Fórum de Debates de Políticas de Emprego, Trabalho, Renda e Previdência – uma antiga reivindicação da CUT – que a presidenta Dilma Rousseff criou na semana passada.
“Queremos deixar um recado. O deputado que votar pela retirada de direitos dos trabalhadores, seja de que partido for, vai virar cartaz”, reforçou Julimar Roberto, secretário de Administração e Finanças da CUT Brasília, lembrando os cartazes de ladrões de direitos contendo fotos dos parlamentares que votam a favor do PL 4330 que flexibiliza e precariza generalizadamente o trabalho.