Audiência pública define soluções para problemas na EAPE e EC 01 da Estrutural
Os problemas estruturais encontrados na Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação (EAPE) e a busca por uma solução a respeito da Escola Classe 1 da Estrutural foram tratados em audiência pública realizada durante a manhã desta quinta-feira (02), na EAPE. Participaram da mesa a diretora do Sinpro-DF Rosilene Corrêa; o deputado distrital Wasny de Roure; o engenheiro e representante da Subsecretaria de Administração Geral (SUAG) Antônio Renato Cavanhaque; o coordenador da Regional do Guará, Afrânio de Souza Barros; a diretora da EC 1 da Estrutural, Alessandra Claudia Vitor; a representante do Movimento de Educação e Cultura da Estrutural, Maria Abadia, além do diretor da EAPE, Luiz Fernando, e do diretor do SAE, Ediran José.
Um dos pontos mais debatidos durante o encontro foi o impasse envolvendo a Escola Classe 01. Com a interdição da escola em 2012 em virtude de vazamento de gás, que oferece uma série de risco para estudantes, pais e moradores da Cidade Estrutural, cerca de 700 alunos(as) do 1° ao 5° ano são obrigados a estudar fora de sua cidade e distante de suas residências. A princípio a escola foi dividida em três espaços, com os alunos encaminhados para a EAPE (que não é um espaço apropriado para as crianças e com uma série de problemas estruturais), para a Escola Classe 315 Sul (repleta de goteiras e infiltrações) e para o Centro Educacional 04 do Guará (em meio a jovens do ensino médio e sem espaço adequado).
Em 2014 a escola foi reunida nas dependências da EAPE, mas os problemas não diminuíram. Mães, alunos e representantes da comunidade escolar da Estrutural reclamam dos riscos sofridos pelos estudantes, que além da necessidade de se locomoverem a outra região, passam por uma série de desconfortos devido à falta de estrutura para pegar os ônibus. Segundo a mãe de um aluno, os menores ficam expostos à chuva e ao sol, pela falta de uma estrutura mínima enquanto aguardam os ônibus, e sofrem com a distância entre a Estrutural e a EAPE. “Meus filhos saem de casa e não sei como voltarão. Nós, mães, vivemos em constante apreensão. Precisamos de uma escola onde moramos”, relata Luciana Evangelista.
Alessandra Claudia, diretora da EC 1, cobrou uma solução para o problema, que reflete diretamente no rendimento dos estudantes. Segundo ela, por várias vezes o governo prometeu um local mais próximo da Estrutural e não cumpriu a promessa. “Em 2012 a EC tinha 1.120 estudantes matriculados. Hoje este número é de 720. Isto colabora para o aumento da evasão escolar. Temos o direito de ter uma escola, de termos o sentimento de pertencimento, um espaço nosso. O governo está finalizando o aluguel de um prédio no SIA, que apesar de não ser o ideal, colocará nossos estudantes mais próximos de suas famílias”, salienta.
Promessas do governo
De acordo com o engenheiro Antônio Renato Cavanhaque, a solicitação da Secretaria de Educação é que a Subsecretaria de Administração Geral resolva os problemas. Segundo ele, já existe uma licitação no valor de R$ 11.826 milhões e o governo aguarda apenas o contrato para que a reforma na EAPE possa ter início. Sobre a EC 1, o engenheiro disse que um laudo foi encaminhado à Defesa Civil e uma licitação para a contratação de uma empresa especializada no tratamento de gás foi feita. “Em relação às duas demandas, já temos uma licitação em andamento para a reforma da EAPE. A respeito da EC 1, os proprietários do imóvel no SIA estão adequando o prédio para receber uma escola e acredito que os estudantes iniciem o segundo semestre no novo local. A meta é que dia 1º de agosto de 2015 todos estejam estudando no SIA e que voltem para a Estrutural no início de 2016”, promete Antônio Renato.
O deputado Wasny de Roure cobrou uma solução para os dois problemas, salientando que o governo tem uma tarefa a fazer e não pode ficar na prerrogativa das dificuldades financeiras, mesmo porque a maioria dos recursos para a educação são do governo federal. “Não tem desculpa para não se respeitar os direitos e investir na educação. Em relação à EAPE, precisamos que a reforma saia do papel e seja feita imediatamente. A respeito da Escola Classe, a secretaria precisa decidir se é uma reforma ou a construção de uma nova escola. Tenho toda disposição de lutar pela melhoria na educação e vou lutar por isso. Não pode faltar dinheiro para as nossas crianças. Não podemos comprometer nossas gerações vindouras”, analisa o distrital.
A diretora Rosilene Correia lembrou que outras escolas no Distrito Federal passam pelos mesmos problemas e que todo estudante merece estudar em uma escola próxima de sua casa e de seus pais. “A educação precisa ter o respeito que merece. É uma pauta constante do Sinpro a cobrança por uma decisão sobre a Escola Classe 1 e por melhorias na EAPE. É preciso lutar pela valorização da EAPE como patrimônio da categoria e pela construção de uma escola definitiva na Cidade Estrutural, que possa abrigar os estudantes que hoje sofrem uma série de transtornos por estudar longe do local onde moram. Valorizar a educação e oferecer boas condições para profissionais e estudantes é se aproximar da tão sonhada escola pública de qualidade”, finaliza.