Ato une sindicatos de Goiás e do país contra OS na Educação

O Ato Nacional contra as OS (Organizações Sociais) na Educação, promovido em Goiânia pelo Sintego e pela CNTE mobilizou 27 sindicatos e entidades locais e do restante do país. Com apoio do CUT, Stiueg, MST, MCP e outras centrais, a manifestação, que ocorreu nesta terça-feira (2), no Coreto da Praça Cívica, transformou-se  também em ato contra a privatização da Celg (Centrais Elétricas de Goiás).
Presidenta do Sintego, Bia de Lima diz que a presença de sindicatos de professores de todo país é uma demonstração de que há a preocupação real de que as OS representam  a destruição das carreiras dos professores e o fim da educação pública no país inteiro. “A questão é muito séria e nós estamos aqui com esse ato nacional para esclarecer não apenas para Goiás, mas todo o Brasil que é preciso que os recursos públicos da educação sejam investidos diretamente nas escolas públicas”, afirma.
12654317_10206545968060323_4101508567591209605_nDurante o ato, realizado entre as 9h e as 13h, o secretário de Governo de Goiás, Henrique Tibúrcio, iniciou conversas com uma delegação formada pelo Sintego, tendo a presidenta Bia de Lima à frente, com a participação de José Valdir Misnerovicz, coordenador do MST em Goiás, Washington Fraga e João Maria, diretores do Stiueg, o presidente da CUT-GO, Mauro Rubem,  a presidenta da CTB-GO, Ailma Maria Oliveira, a presidenta do SindSaúde, Flávia Barbosa e  Marta Vaneli, secretária-geral da CNTE e integrante do Fórum Nacional de Educação. Os sindicalistas pediram que Tibúrcio promova uma audiência das entidades com o governador para tratar da questão das OS e da privatização da Celg.
Apoio nacional
A CUT Brasília, o Sinpro-DF e sindicatos de servidores municipais do entorno também participaram do Ato em Goiânia.  O secretário-geral da CUT Brasília, também professor da rede pública no GDF, Rodrigo Rodrigues, entende ser equivocada a ideia de entrega da administração da escola pública ao setor privado. “Os recursos da educação pública não podem ser geridos pelo setor privado nem as políticas educacionais  podem ser pulverizadas conforme os interesses de cada Organização Social. O Estado não pode abrir mão de sua responsabilidade com a educação pública e entregar, por fim, a educação da população e dos filhos dos trabalhadores aos setores que visam aos lucros”, afirma o dirigente CUTista.
12651324_1071186719598510_5464538961062214656_nJoão Almeida, direitor de Comunicação do Sintese (SE), vê as OS na Educação como um movimento muito perigoso, por passar dinheiro da Educação para empresas privadas e por fragilizar o movimento sindical. “Na medida em que o governo privatiza e contrata trabalhadores sem concurso, está-se fragilizando o movimento sindical. Este é um modelo que querem levar para o Brasil inteiro, e por esta razão o Estado do Sergipe está aqui  prestando solidariedade às trabalhadoras de Goiás e lutando para que não se implemente este modelo”, declara.
12654264_1071186696265179_5746212151092826088_nMarilda de Almeida, diretora do Sind-UTE (MG), frisa que os professores mineiros  passaram por muitas lutas com os governos do PSDB, idênticas as que os professores de Goiás estão passando. “Somos contra toda e qualquer privatização da educação,  não só no Estado de Goiás, mas em todo Brasil. Infelizmente , Goiás está sendo pioneiro nesta privatização e por isto viemos nos solidarizar aos trabalhadores Goiás”, informa.  Segundo Marilda, a luta contra as OS exige união de forças entre pais, alunos, professores, movimentos sociais, todos contra a privatização. “A união em Minas Gerais foi fundamental para as nossas lutas serem vitoriosas, e Goiás será vitorioso com certeza”, registra.
12646976_1091832280869239_3437920837951867609_nDenivaldo Alves, diretor do SAE-DF, lembra que a proposta de implantação das OS em Goiás está chegando também ao Distrito Federal. Ele adverte também para outro risco: a PLC 30 que tramita no Congresso Nacional e  pode levar à terceirização e precarização de todo o serviço de ensino público. “Estamos aqui, solidários ao Sintego porque entendemos a angústia dos trabalhadores de Goiás pois estamos passando por isto em Brasília também, onde o governador Rollemberg também inicia processo de transferência da gestão da saúde e das escolas para essas OSs”, garante.
Protesto dos estudantes
Sobre a ocupação das escolas goianas por estudantes, Bia de Lima ressaltou que o Sintego apoia o movimento, e chamou os alunos de corajosos. “Nós estamos ao lado dos alunos e achamos que essa iniciativa é uma aula de cidadania. Mas o Sintego entende que é preciso iniciar as aulas, para não prejudicar o ano letivo, e por isso, dizemos aulas sim, OS’s não”.
12647233_1071197619597420_8238674512200961190_nPara a CNTE, é importante pressionar o governo a recuar, como fez o governo de São Paulo. “Esta manifestação teve a ampla participação dos alunos e educadores. Pedimos que a medida seja
discutida ao longo de 2016 com cada escola. Exigimos a suspenção da privatização”, conta Marta Vanelli, secretária geral da CNTE.
Nove representantes da CNTE estiveram presentes no ato: Marta Vanelli, secretária geral; Edmílson Lamparina, secretário de funcionários; Iêda Leal, secretária de combate ao racismo; Joel de Almeida, secretário de imprensa e divulgação; Marilda Araújo, secretária de organização; e os secretários executivos Alvísio Jacó, Berenice Jacinto, Lirani Franco e Paulina Almeida.