Ato contra a PEC 32 mobiliza trabalhadores e movimentos sindicais na capital do país
O dia foi de manifestações na capital da República contra a Proposta de Emenda à Constituição 32/2020 (PEC 32). Desde o início desta terça-feira (14), servidores(as) públicos(as) das três esferas (municipal, estadual e federal), movimentos sindicais e trabalhadores(as) realizaram uma mobilização contra a reforma Administrativa, que ataca diretamente o funcionalismo público.
O ato, que fez parte da mobilização nacional Cancela a reforma, foi organizado pela CUT, demais centrais sindicais e entidades que defendem o serviço público e os(as) servidores(as) das três esferas. As manifestações começaram logo cedo, na área de desembarque do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek. Logo na chegada, os(as) parlamentares foram “recepcionados” pelos(as) sindicalistas, que pediram o voto contrário à PEC 32. Do aeroporto, todos(as) seguiram para o Espaço do Servidor, na Esplanada dos Ministérios, local onde foi realizada a concentração das delegações. Em seguida, os(as) manifestantes seguiram para o Anexo II da Câmara dos Deputados.
Presente no Ato, Mônica Caldeira, diretora do Sinpro-DF, reforçou a importância do Estado no desenvolvimento do Brasil e ainda afirmou que nunca existiu um momento de crescimento sem investimentos públicos. “Não é a iniciativa privada que provoca o desenvolvimento do Brasil, gerando empregos e renda, mas a força do Estado. Com a reforma Administrativa, este ciclo será rompido, já que estará aberta a possibilidade de transferir serviços essenciais, que hoje são prestados pelo Estado, para a iniciativa privada. Resumindo, o brasileiro terá que pagar por um serviço que, hoje, é gratuito”, ressalta a sindicalista.
Além de enfraquecer o Estado e fortalecer a iniciativa privada, a PEC 32 também acabará com a estabilidade dos(as) servidores(as) e abrirá caminho para a privatização desenfreada de serviços públicos em geral. “Esta reforma é fatal para as classes mais humildes, pois elas terão que pagar pelo atendimento nos hospitais, nas escolas públicas, serviços que hoje são de graça. É por isto que temos que lutar contra a PEC 32”, ressalta Mônica.
O presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues, reforçou que a PEC 32 possibilita a contratação de trabalhadores(as) sem concurso público, e isso abre caminho para a corrupção. “A reforma significa a fragilização dos primeiros fiscais do uso dos recursos públicos. A denúncia levada à CPI sobre irregularidades na compra de vacinas foi feita por um servidor público, que independentemente da posição é o primeiro fiscal da boa prestação do serviço público”, disse o dirigente. Rodrigo explicou ainda que sem a estabilidade, servidores(as) ficam ligados(as) a mandatários propiciando a corrupção. “A população merece mais serviços públicos gratuitos e de qualidade, portanto, é responsabilidade de todos derrotar a PEC 32”, afirmou o presidente da CUT-DF.
O Sinpro pede que a categoria mantenha a pressão nos(as) deputados(as) pela plataforma Educação faz Pressão, pedindo para votarem contra a PEC 32. Se votar a favor, não volta!
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