Assassinato de estudante expõe a insegurança nas escolas

Mais um crime acontece dentro de uma escola pública desguarnecida de monitoramento policial. Na noite dessa quarta-feira (25), pouco antes de começar a penúltima aula, por volta das 21h, o Centro Educacional (CED) 06, em Taguatinga Norte, foi palco de uma cena de terror. Dois estudantes foram abordados dentro da escola. Um deles, 19 anos, filho e sobrinho de professoras, foi assassinado com tiro na cabeça. O outro conseguiu fugir e escapar da morte. O tiroteio causou alvoroço e pânico dentro da escola. Estudantes e professores correram para se esconder.
O professor de matemática Evandro Borges, que chegava para dar aula nos dois últimos horários, ouviu os disparos quando estava estacionando o carro. Tenso e com medo, o docente reclama da situação de insegurança do CED 06. “Vulneráveis, professores e estudantes, todos estamos reféns da violência, na corda bamba. No momento do crime, não havia nenhum policial na escola. Só havia o porteiro, que ficou sem ação, até porque ele não tem o poder e o papel de um policial”, declara.
A falta de segurança nas escolas é uma das grandes reclamações de toda a categoria docente da rede pública do Distrito Federal. “Estamos totalmente à mercê da violência. Não temos policiamento em nenhuma escola pública, nem sequer em escolas como esta, a qual recebe estudantes do Sistema Socioeducativo e que deveria ter policiamento ostensivo”, denuncia Evandro.
O professor conta que, além de desprovido de policiamento, “o CED 06 está sobrecarregado porque a Secretaria de Educação fechou o Centro de Ensino Fundamental (CEF) 17, situado na Área Especial 38/40 da M Norte, que atendia aos estudantes da Liberdade Assistida do Sistema Socioeducativo até 2014 e parte deles foi transferida para essa, onde ocorreu o crime”, informa.