Às vésperas do início do ano letivo, educação do DF sofre com falta de reformas e construção de novas escolas  

As aulas na rede pública de ensino do Distrito Federal começam na próxima segunda-feira (14), de forma 100% presencial, mas a realidade em várias escolas está longe de ser a ideal para receber os(as) estudantes. Reformas, manutenções pontuais ou mesmo a construção de novas unidades escolares não saíram do papel, enquanto outras estão atrasadas e não serão entregues à tempo.    

Em participação no Bom Dia DF desta quarta-feira (09), a diretora do Sinpro, Rosilene Corrêa, comentou que várias escolas não foram adequadas para o momento de pandemia que ainda estamos vivendo, outras não receberam as melhorias que precisavam, sem falar da necessidade de se construir novas unidades escolares, fato que não foi feito pelo Governo do Distrito Federal. A construção de novas escolas é uma reivindicação antiga da comunidade escolar e do Sinpro, principalmente para acomodar os(as) novos(as) estudantes que se matriculam todos os anos na rede de ensino. Somente em 2022 a Secretaria de Educação recebeu 26 mil novas matrículas. Isto é uma grande preocupação, uma vez que teremos escolas sem reformas, sem estrutura adequada, sem ampliação no número de salas e recebendo este acréscimo de estudantes, fato que deixará muitas salas com mais de 40 alunos(as).

Para se ter uma ideia do descaso do governo com a Educação do DF, na Escola Classe 59, em Ceilândia, a reforma é feita desde 2018, mas as obras ainda estão na fundação. No Centro de Ensino 10 de Ceilândia, a escola está fechada desde 2016, as obras começaram no ano passado e a Secretaria de Educação diz que entregará até março. Enquanto isto, alunos(as) precisam estudar em outro local, distante de suas residências, prejudicando o rendimento escolar e a vida da família, que muitas vezes tira os(as) filhos(as) da escola pela falta de vagas na região onde moram.

Outras escolas, como a Escola Classe 425 de Samambaia, há uma previsão de reforma para iniciar na próxima semana, período em que começam as aulas, enquanto na EC 52 de Taguatinga, no CEM 10 de Ceilândia e na EC 59 de Ceilândia, as obras estão previstas para começarem apenas no decorrer do ano. Tudo isto implica na falta de vagas, no prejuízo pedagógico de centenas de estudantes e no aumento da evasão escolar.

 

Reivindicação antiga

A reforma e construção de novas escolas é uma pauta recorrente da Comissão de Negociação do Sinpro, e desde o fim de 2021 a direção do sindicato tem buscado uma solução para o problema, fato que infelizmente está longe de ser resolvido. “Faltando quatro dias para iniciarmos o ano letivo, temos escolas que ainda não foram adequadas para o momento da pandemia que ainda enfrentamos e continuam sem, por exemplo, salas com boa ventilação, sem janelas adequadas, como é o caso do CEM 1 do Gama. É importante lembrar que várias escolas precisam ser reconstruídas, como é o caso das EC 425 e 410 de Samambaia, e mais preocupante e grave ainda por estarmos recepcionando mais de 26 mil novas matrículas. Isto significa que precisaríamos, obrigatoriamente, estar inaugurando várias escolas. O que nós temos de realidade, hoje, é uma superlotação nas nossas salas de aula, comprometendo duramente o bom resultado da nossa educação pública”, ressalta Rosilene Corrêa.

Nossa luta é e sempre será pela qualidade no ensino, mas para isto é necessário investimento do governo na construção de novas escolas, na realização de novos concursos públicos para corrigir a defasagem de educadores(as) e nas reformas necessárias. O Sinpro, na defesa de seu compromisso com a escola pública, gratuita e democrática, ressalta que somente com o comprometimento do governo e com as melhorias necessárias conseguiremos chegar a uma escola pública de qualidade.

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