Ameaça de bomba no Gisno ressalta a falta de segurança e de investimento na escola pública

Uma ameaça de bomba no Centro Educacional Gisno (907 Norte) cancelou as aulas dessa segunda-feira (18). Durante a manhã a polícia recebeu uma denúncia sobre postagens nas redes sociais em que estudantes do Gisno estariam ameaçando instalar artefatos explosivos nas dependências da escola e ainda planejavam um atentado semelhante ao que aconteceu na cidade de Suzano, região metropolitana de São Paulo. Além de mostrar um nítido sinal do processo acelerado e preocupante de intolerância, o caso deve ser analisado, também, sob o aspecto da falta de segurança e de investimento nas escolas públicas.

Em reunião entre diretores do Sinpro e professores(as) do Centro Educacional ficou claro que o perfil dos quatro alunos envolvidos nesta ameaça não corresponde com a gravidade da ação que estavam ameaçando fazer. Fica a indagação do que levou os quatro adolescentes a tomarem tal atitude.

Casos de violência a professores(as) e orientadores(as), entre estudantes e de agressões no ambiente escolar apontam para a necessidade urgente de uma melhor estrutura e de mais investimento na escola com a melhoria de diversos aspectos, exemplo da contratação de profissionais capacitados e especialistas em atendimento a adolescentes. A presença permanente do batalhão escolar nas escolas e de um trabalho ativo para que os alunos tenham apreço e valorizem o local onde estudam também são fatores necessários e urgentes neste momento.

À medida que não conta com este tipo de estrutura e de apoio, a escola fica em uma situação de vulnerabilidade, como vimos no massacre de Suzano. A exposição que os jovens sofrem hoje do mundo virtual, o ambiente de estímulo à violência em que estão inseridos e a política de incentivo às armas também não devem ser descartados. No caso de se armar a população, vários países constataram que a política não surtiu efeito; ao contrário, aumentou ainda mais o número de crimes e de atentados nutridos pela intolerância.

O Sinpro sempre cobrou do Governo do Distrito Federal medidas que auxiliem na diminuição de violência, como um cuidado maior nas escolas e da educação em tempo integral, que daria uma formação adequada aos estudantes, ocupando o tempo ocioso que muitas vezes é utilizado de forma incorreta.

Lutamos por uma educação pública de qualidade, mas também por uma escola em que os estudantes tenham acesso à cultura, ao conhecimento e não a violência e a intolerância, como infelizmente temos visto.