Alma brasileira: música e percussão nas escolas do DF

A edição 2022 do projeto Alma Brasileira chegou a vários estudantes de 12 a 16 anos da rede pública do DF. Foram eventos com oficinas, concertos e palestras realizados em escolas do Plano Piloto, Samambaia, Ceilândia, Paranoá e Taguatinga, onde chegou ao CEM 03.

O Evento é organizado desde 2005 pelo coletivo de músicos Educação Pela Arte, composto por Nelson Latif (o idealizador do projeto), Marcelo Lima, Ismael Rattis e Sandro Alves. Já passou por mais de 30 países, como Egito, Síria e Bélgica. Em Brasília, a primeira edição ocorreu em 2018.

“Trabalhamos a música numa perspectiva integral. Relacionamos ao nosso corpo, com percussão corporal, por exemplo, e depois partimos para os instrumentos”, explica Rattis. A ideia do projeto é levar a história da cultura brasileira aos estudantes, e colocar os estudantes em contato com artistas, para que tenham uma formação musical bem diversa – e, quem sabe, ver aflorada a vocação musical. As oficinas de percussão levaram este ano às escolas ritmos tão díspares como samba, choro, funk, maculelê e frevo.

A Escola Parque Anísio Teixeira, na Ceilândia, recebeu a visita dos músicos no dia 13 de abril. A professora da oficina de teclado da escola, Sueny Schetino Takaki, disse que a atividade é um complemento do ensino regular. “É uma vivência que, só com as aulas, dentro de uma sala, a gente não consegue passar. É muito importante o nosso aluno ter contato com profissionais que vivem da música. Quando trazemos para a escola uma manifestação artística, um show ou uma oficina, percebemos um despertar do aluno para as artes”.

Essa oportunidade de assistir a um espetáculo de arte pela primeira vez é recorrente entre os alunos da rede pública. Na opinião dos músicos envolvidos, isso estimula a sensibilização do grupo. “A música é essencial no processo educativo cultural, e a experiência é bem impactante para os alunos”, avalia Nelson Latif.

Para o músico Marcelo Lima, o projeto faz uma retrospectiva histórica e cronológica da MPB, chegando ao contexto atual. Ele explica que, quando os alunos atravessam essa trajetória musical, passam a conhecer o universo da música e a sua própria identidade cultural.  “É um trabalho de manutenção e resgate das nossas raízes culturais, de forma a integrar as novas gerações às diferentes épocas e estilos da nossa música”.

Latif completa: “Conhecer quem nós somos é muito importante. O que o Brasil tem de mais especial é nossa miscigenação, e ela se reflete em vários aspectos de nossa sociedade, principalmente o musical”.