Alexandre Guerra diz que não vai reajustar o salário dos professores e propõe a meritocracia

Dando continuidade à sabatina promovida pelo portal Metrópoles com os candidatos ao governo do Distrito Federal, Alexandre Guerra (Novo) foi o quinto entrevistado dessa segunda-feira (20). O evento está sendo transmitido ao vivo pelo Facebook do Sinpro.
Diferentes sindicatos e a CUT fazem parte do projeto, que entrevista os onze postulantes ao GDF, fazendo questionamentos sobre pontos cruciais ao desenvolvimento da capital federal, exemplo da educação, da saúde, da segurança pública, do transporte público, da economia, dentre outros.
Um dos primeiros questionamentos feitos ao candidato foi relacionado ao cumprimento da Meta 17 do Plano Distrital de Educação (PDE). Segundo ele, não está em seu projeto de governo equiparar o salário dos professores ao de outros profissionais de nível superior.
Questionado sobre o pagamento das pecúnias da licença-prêmio, Alexandre propôs a meritocracia ao afirmar que vai implantar um sistema que analisará o servidor com base no mérito. Outro ponto polêmico foi sua opinião sobre o BRB. Segundo ele, caso seja eleito sua intenção é privatizar o banco.
Confira a entrevista:
 
Educação
O Plano Distrital de Educação foi uma iniciativa bem feita, tem algumas propostas que estou de acordo e é mais uma iniciativa que não tem sido respeitada pelo atual governo. Não vou fazer a promessa de igualar o salário dos professores a outras áreas, mesmo porque o salário dos professores daqui é bom. Aumento de salário tem que ter a contrapartida de resultado. Tivemos um aumento muito grande no investimento na educação e não tivemos a contrapartida nos resultados. Cumprir a Meta 17 deverá ser analisada e não vou prometer cumpri-la. Não estou prometendo este reajuste.
 
Saúde
Precisamos priorizar investimentos porque o dinheiro público é limitado. No nosso plano de governo, vamos cortar despesas, reduzir pela metade o número de comissionados, e ver como podemos direcionar dinheiro para a saúde. Precisamos fazer os investimentos necessários para equipá-la. Um dos maiores problemas é a falta de estrutura, e precisamos modificar tudo isso. Saúde é uma prioridade e vamos centralizar os recursos de investimento para essa área. A assistência primária precisa ser priorizada. Se precisarmos contratar mais profissionais de saúde, vamos contratar.
 
Pecúnia da licença-prêmio
 
O pagamento da pecúnia faz parte do serviço público, está na lei e deve ser cumprido. O servidor deve ser protegido e respeitado. O que precisamos fazer é analisar tudo de forma responsável. Vamos implantar um sistema que vai analisar o servidor com base no mérito.
 
Empreendedorismo
Infelizmente temos perdido nossas empresas e a geração de empregos para os estados vizinhos. Como governador, dentro do ambiente tributário, vou atrair essas empresas de volta para o Distrito Federal. Precisamos atrair o desenvolvimento para a nossa cidade, para atrair empregos e investimento. Por conta da questão tributária nós perdemos o Porto Seco, por exemplo. Poderíamos estar escoando produtos para todo o Brasil devido à nossa localização estratégica.
 
Cargos comissionados
Será uma decisão tomada logo de início. Precisamos acabar com este cabide de empregos. O Rollemberg prometeu zilhões de coisas e não cumpriu nada. Foi uma campanha pautada na demagogia. No nosso cálculo, são 17 mil cargos comissionados e diminuindo pela metade, economizamos cerca de 350 milhões.
 
Administrador regional
Vamos abrir um processo seletivo e analisaremos a melhor pessoa para administrar cada região. A maioria das cidades está entre as 100 maiores cidades do Brasil. Elas têm uma complexidade grande e o administrador precisa ter uma experiência prévia. Precisa ter uma experiência em gestão. Ele precisa conhecer a cidade e a escolha será feita pelo governador.
 
Privatização
Ao ser questionado pelo presidente da CUT Brasília, Rodrigo Rodrigues, o candidato do Novo tentou desqualificar a Central e argumentou que “o que temos hoje é a privatização de estatais, que de certa forma já estão privatizadas”.
“A CUT não quer evoluir porque quer a gestão dessas estatais para ela. O meu foco é no serviço prestado. Precisamos ter uma gestão eficiente para a população. Hoje temos um serviço caro porque temos um monopólio caro. Precisamos pensar na eficiência do serviço público prestado. Não podemos demonizar a privatização e precisamos prestar atenção para as coisas sem ideologia. Sabemos o que dá certo no mundo. O estado precisa ser eficiente”.
 
BRB
Não está nos meus planos manter o Banco de Brasília da forma que está. Minha meta é privatizar.
 
Segurança pública
É uma das prioridades no nosso governo. A insegurança atrapalha a criação de empregos, o turismo. A questão carcerária é outra preocupação. Passamos por uma crise carcerária, com quadrilhas controlando as cadeias. Uma polícia ostensiva é muito importante. A PM precisa ir para a rua. 50% está em função administrativa. Isto é um absurdo. Além disso, precisamos fazer uma campanha de valorização do policial, que muitas vezes é rechaçado pela população. Precisamos colocá-los na rotina das cidades e fazer com que eles se envolvam com a população.
 
Conservadorismo
Temos posicionamentos claros. Somos a favor do casamento homoafetivo e contra o estatuto do desarmamento. No caso do aborto, sou contra porque somos a favor da vida.
 
Transporte público
Preciso saber do problema que é o transporte público no DF. Uma das medidas é expandir o VLT, reativar o BRT Sul, que está pronto mas não é utilizado, e fazer o BRT Norte. Acreditamos na faixa exclusiva de ônibus e precisamos expandir a integração do sistema. Quero fazer rapidamente esta integração. Temos previsto a expansão do metrô, tudo por meio de concessão. Como o VLT é muito carro, quero expandir o BRT.
 
Cronograma das sabatinas:
20/8 – Segunda-feira
20h30 – Fátima Sousa (PSol)
 
21/8 – Terça-feira
9h – Eliana Pedrosa (Pros)
10h30 – Rodrigo Rollemberg (PSB)
14h – Antônio Guillen (PSTU)
15h30 – Paulo Chagas (PRP)
19h – Rogério Rosso (PSD)