Galinhada beneficente para ajudar professora a pagar tratamento de câncer

A professora Michelle Spinola, 36 anos, e sua família realizarão uma galinhada beneficente com o intuito de arrecadar dinheiro para a professora pagar despesas do tratamento de câncer. Ao custo de R$ 15, o convite está disponível no número de celular (61) 98608-2662. Interessados(as) podem adquirir seu convite antecipadamente com depósito pelo PIX 70016038134 (CPF).  A galinhada será no dia 10 de setembro, no Centro de Ensino Especial Cenebraz (CEE Cenebraz), em Brazlândia, a partir das 11h30.

Professora de educação física da Secretaria de Estado da Educação do Distrito Federal (SEE-DF) no CEE Cenebraz, Michelle luta, há 2 anos, para superar um violento câncer de intestino. Após três grandes cirurgias, ela retirou o estômago e parte do intestino. Recentemente, realizou mais uma intervenção na bexiga. Hoje, com tratamento em home care, ela aguarda a aposentadoria e tenta pagar os custos de um tratamento extremamente caro.

 “De 15 em 15 dias eu faço exames de sangue, faço outros procedimentos diários e, além de uma gama extensa de medicação, incluindo aí uma parenteral, tomo morfina três vezes ao dia e remédios para enjoo”, contou ao Sinpro.

Lílian Spinola, tia de Michelle e professora aposentada da SEE-DF, contou ao Sinpro como está a situação. “Estamos fazendo a galinhada porque é muito gasto. Apesar de ela ter o plano de saúde, graças a Deus, ela precisa comprar, sempre, medicamentos caros, luvas, máscaras, fraldas, porque ela não consegue mais controlar a bexiga. A galinhada é para ajudar no custo do tratamento”, explica.

Um dia de cada vez: o histórico familiar e a luta pela vida

A mãe de Michelle também faleceu em decorrência de um câncer. Ex-funcionária pública federal, Lenice Spinola faleceu, em 1997, quando Michelle tinha 12 anos, de câncer de colo de útero. Lílian, irmã de Lenice e tia de Michelle, conta que o câncer faz parte do difícil histórico familiar. Várias pessoas da família faleceram em razão da doença. Um tio de Michelle e irmão de Lílian morreu de um câncer nos ossos. Em 2019, Luciene Spinola, que também era professora da rede pública no Cenebraz, tia de Michelle e irmã de Lílian, faleceu de câncer de pâncreas. Em 2019, também faleceu o pai de Michelle de um câncer de intestino. 

“Inclusive, o Cenebraz vai passar a ter o nome da minha irmã e vai se chamar Centro de Ensino Especial (CEE) Professora Luciene Spinola”, informa Lílian. Michelle foi professora do Cenebraz por 14 anos. Ela percebeu que estava com algo grave quando começou a sentir muitas dores abdominais. Segundo Lílian, ela fez vários exames até descobrir o câncer. Hoje, a própria Michelle diz que vive um dia de cada vez, focada na luta contra a doença.

Os sinais do corpo e o diagnóstico

As constantes dores abdominais levaram Michelle a investigar o que estava acontecendo. Primeiramente, um médico desconfiou que ela estava infectada por uma bactéria de sushi. Passou a medicação e não melhorou. Foi obrigada a se internar para investigar o problema. No primeiro dia, durante um exame de toque, o médico detectou algo obstruindo o intestino. Fez vários exames, dentre eles uma colonoscopia, e descobriu que o intestino estava, de fato, obstruído por muitas fezes. Fez uma cirurgia muito difícil em que, além da desobstrução, retirou uma parte do intestino e colocou uma bolsa de colostomia.

Nesse processo, a medicina constatou que o câncer de Michelle já estava avançado. Ela fez a segunda cirurgia para retirar o estômago. Hoje, o esôfago é quem faz toda a função do estômago. Por isso, ela precisa de medicação parenteral. Após sessões de quimioterapia, ela ficou bem. Mas o câncer voltou. Retomou as sessões de quimioterapia e de radioterapia.

Na última vez em que voltou ao hospital, a professora realizou a terceira cirurgia: um procedimento na bexiga. Atualmente, está finalizando um ciclo de quimioterapia. O tratamento é feito em casa, por meio de um serviço de home care. Os valores para pagar tudo isso são elevados e, com isso, Michelle e sua família decidiram realizar a galinhada beneficente para, com a solidariedade da categoria, tentar minimizar os custos do tratamento. Confira os dados da galinhada na imagem no fim da matéria.

É preciso prevenir

O Sinpro alerta a categoria da necessidade de realizar exames preventivos e lembra do caso da cantora Preta Gil, filha de Gilberto Gil, que também enfrenta um câncer de intestino e, numa recente cirurgia para retirada do tumor, além de parte do intestino,  a cantora fez uma histerectomia total, ou seja, retirou também o útero.

Assim como o Papanicolau (exame de prevenção de colo de útero) e mamografia (exame preventivo de mama), a colonoscopia é outro exame necessário e preventivo para descoberta de câncer no intestino. Com a prevenção é possível conquistar a cura.