Agnelo desconsidera legitimidade de sindicatos

Governador critica Sinpro por cobrar maior valorização da educação pública
 
O jornal Correio Braziliense publicou na edição desta quarta-feira (12) que o governador Agnelo Queiroz reclamou abertamente que sindicatos que representam os professores e servidores da saúde não reconhecem o esforço que ele fez, através de “grandes investimentos”, para melhorar os salários das categorias.
Além de reclamar injustamente dos sindicatos, Agnelo foi mais contundente ao afirmar que vai passar a se dirigir diretamente aos servidores, sem o intermédio dos sindicatos. O ex-governador Roriz tentou fazer isto com o Sinpro em agosto de 1990 e teve como resposta uma greve da categoria, que só terminou quando o ex-governador reconheceu que o processo de negociação passa pelo debate com a entidade de classe que representa os professores e professoras no DF. Neste sentido o governador deveria se lembrar da origem e história de lutas que este sindicato tem ao longo de seus 35 anos de existência.
O governador parece ter esquecido o histórico de luta do Sinpro, que contabiliza inúmeras mobilizações e longas greves, pela valorização do Magistério e conquistas de direitos para a categoria. Os reajustes obtidos pela categoria, em momento algum da história, vieram sem luta.
Vale lembrar que foi após a greve de duros 52 dias, em 2012, que a categoria conquistou a reestruturação do Plano de Carreira do Magistério na gestão do governador Agnelo. Porém, o Sinpro ressalta que vários pontos da reestruturação ainda não foram atendidos, entre eles a redução da carga de regência após 21 anos de docência e as licenças-prêmio. Exatamente devido às carências no quadro educacional, os professores estão impedidos de usufruir de seus direitos.
O governo deveria estar com sua atenção voltada para as efetivas dificuldades que se projetam sobre a rede de ensino neste início de ano letivo: carências de professores e orientadores educacionais, e a falta de regularidade do PDAF – Programa de Descentralização Administrativa e Financeira.
Com esta postura o governador renega sua própria história política.