Ações interventivas levam EC 01 da Candangolândia a ser destaque no Distrito Federal

A equipe de educadores(as) da Escola Classe 01 da Candangolândia(EC 01 da Candangolândia) está feliz da vida. Seu esforço para melhorar a capacidade da escola de promover o ensino-aprendizagem foi reconhecido. Além de ter alcançado a nota 6 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2021, a escola foi classificada pelo site QEdu, do governo federal, como destaque da região da capital do País, ficando entre as seis que mais se desenvolveram em 2021, apesar da pandemia da covid-19. O resultado do Ideb 2021 foi divulgado em setembro deste ano.

Esse reconhecimento ocorre 13 anos depois de a escola ter tido uma das piores notas na avaliação. De 2009  a 2021 — respectivamente, ano em que tirou uma nota muito ruim no Ideb e chegou a ser categorizada como uma das piores da região e ano do reconhecimento do esforço —, a equipe utilizou ações pedagógicas interventivas para recuperar a reputação da escola e, mais do que isso, assegurar sua capacidade de promover o ensino-aprendizagem entre seus(as) 320 estudantes.

Drika Galeno, diretora da escola, conta que o resultado foi divulgado em setembro deste ano, mas a nota se refere aos testes realizados em 2021. A escola tirou 6.2 no Ideb. “Superamos a meta projetada de 5.1 e tiramos 6.2. Essa nota representou o avanço das crianças e que elas estão dentro dos objetivos de ensino-aprendizagem propostos pelo MEC, BNCC, Currículo”.

 

A pedagogia das ações interventivas

 

A diretora Drika e sua vice, Rita Rios, estão na gestão desde 2016 e, desde então, têm trabalhado, juntamente com os(as) professores(as), para fazer os(as) estudantes alcançarem os objetivos do Ministério da Educação (MEC). A nova nota da escola é resultado de várias ações. Ela explica que a nota do Ideb contabiliza tudo, mas a prova é feita somente pelo 5º Ano. Assim, a nota final da avaliação do MEC é retirada de um índice resultante de aprovações e reprovações do 5º e do 3º Anos mais a nota da prova realizada com os(as) estudantes do 5º Ano.

O desempenho reconhecido é consequência dos projetos de leitura que a escola desenvolveu. “As ações que temos feito para que as crianças possam ser alfabetizadas e alcancem os objetivos de aprendizagens dos 4º e 5º Anos é investir nos projetos de leitura. Cada professor de cada Ano escolar tem o seu projeto de leitura e o desenvolve durante o ano letivo. Essa é uma ação que a gente faz e que tem surtido muito efeito”, explica Drika.

Ela conta que outra ação que tem gerado bons resultados são os interventivos executados do 1º ao 5º ano. As crianças são distribuídasde acordo com os seus respectivos níveis de aprendizagem. “A gente utiliza o Bloco Inicial de Alfabetização como instrumento de avaliação, o teste da psicogênese e, de acordo com os testes, os(as) estudantes são divididos. Com isso, do 1º ao 3º Anos, as ações interventivas são direcionadas nesse sentido. Para as ações interventivas do 4º e 5º Anos, os(as) estudantes são também avaliados(as) na leitura, escrita, produção e interpretação de texto e, na matemática, resolução de situações-problemas e resolução das operações”, afirma.

Segundo ela, de acordo com o resultado que os(as) estudantes alcançam nas avaliações, eles e elas são divididos e, a partir daí,a intervenção é executada quer seja de português quer seja em matemática. Além disso, as intervenções são pontuais tanto para o Bloco Inicial de Alfabetização (BIA), ou seja, para os 2º e 3º Anos, como para o 4º e 5º Anos.  “Este ano, a gente trabalhou com intervenções de 15 dias. Por três semanas fechadas, os(as) estudantes foram divididos por níveis de aprendizagem com os professores fazendo as devidas intervenções para que avancem nas dificuldades identificadas”.

Especificamente para os 5º Anos, a maior ação da escola para resgatar e desenvolver as aprendizagens foram ações feitas já com disciplinas. Hoje há quatro turmas. Os(as) professores(as) dividem as disciplinas entre si e o 5º Ano funciona como se já fosse os Anos Finais: os(as) estudantes têm aula de português, matemática e todas as disciplinas e os(as) professores(as) entram nas salas.

“Ou seja, os(as) estudantes do 5º Ano já saem da escola, no fim do ano, acostumados com essa rotina de mudança de professor, de ter as disciplinas individualizadas e isso tem dado muito certo. Mesmo quando fazemos os interventivos, eles e elas permanecem com o pé no 6º Ano. Temos percebido um grande avanço. Tanto é que a orientadora do nosso CEF, que é o sequencial, tem nos dado retorno e dito que nossos(as) estudantes se adaptam muito bem à rotina do 6º Ano porque já chegam lá conhecendo o que vai acontecer, bem como vão muito bem de conteúdo porque as intervenções são bem pontuais na leitura, interpretação, produção, escrita e nas operações e resoluções das situações-problemas”.

Drika afirma que, com essas ações, percebe-se um crescimento contínuo nas avaliações do Ideb e um número bem reduzido de retenções no 3º Ano e no 5º Ano. “Infelizmente, em 2009, a EC 01 teve uma nota muito ruim e, progressivamente, com essas ações, a gente viu, nas avaliações do Ideb, os resultados serem muito bons. Hoje temos um Ideb de 6.0, conquistado após uma pandemia de covid-19 que impôs o atraso em muitas escolas, e, por incrível que pareça, houve um crescimento durante esse período, embora tenha sido um crescimento menor, e o nível de retenção foi maior no 3º Ano. Isso deu uma desequilibrada na avaliação do Ideb porque ela conta com a nota da prova dos indicadores do 5º Ano e conta os índices de reprovação do 3º e 5º Anos. Mas conseguimos manter o nosso crescimento, tirando a nota 6 no Ideb2021.

A diretora ressalta que essa evolução no conhecimento e nas notas, é resultado de um trabalho coletivo, que acontece desde o 1º Ano. “Um trabalho de leitura, de resgate de aprendizagens o tempo inteiro com as ações interventivas, o trabalho ‘Com o pé no 6º Ano’, que avançou até mesmo na pandemia, embora não tenha tido o avanço que a equipe almejava justamente por causa da crise sanitária. A gente fica muito feliz por ver o reconhecimento do trabalho e que estamos no caminho certo. O objetivo não é só a nota e, sim, que nossas crianças alcancem os objetivos de aprendizagem previstos na BNCC, no Currículo, para que eles e elas possam acompanhar um 6º Ano e finalizar os seus estudos com conhecimento”, finaliza a diretora.

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