A vida das mulheres trabalhadoras discutida no Parque da Cidade

A diretoria colegiada do Sinpro-DF convida todo mundo para debater sobre “A vida das mulheres trabalhadoras em meio à crise econômica gerada pelos governos federal e distrital”.

A atividade faz parte tanto do Calendário de Lutas do sindicato aprovado na assembleia da última terça-feira como do calendário de ações do 8 de março promovido pela CUT-DF.

O encontro será realizado neste sábado de carnaval (26/2), no estacionamento do Parque Ana Lídia, no Parque da Cidade de Brasília, entre 11h e 13h, e o Sinpro vai transmitir em seu Facebook.

“Vamos fazer uma roda de conversa sobre o impacto da crise gerada pelos governos federal e distrital no dia a dia das mulheres: sua autonomia no mundo do trabalho, nossos direitos básicos que estão sob constante ameaça no Congresso Nacional, com relação a questões de religiosidade, reprodução e sexualidade, educação, questão de gênero.”, explica a dirigente da pasta de Assuntos e Políticas para Mulheres Educadoras do Sinpro-DF, Vilmara do Carmo.

“A gente precisa dialogar com a sociedade e explicar os porquês das mulheres, principalmente as negras, serem as principais prejudicadas nesse cenário de crise econômica. Não é por acaso. Mulheres são maioria no setor de serviços, além de também serem maioria na categoria dos trabalhadores informais. Esses foram setores muito atacados com a pandemia e com as reformas do governo Bolsonaro, principalmente a reforma trabalhista”, explica a secretária de Mulheres Trabalhadoras da CUT-DF, Thaísa Magalhães.

Paralela à crise econômica, as mulheres também tiveram mais horas dedicadas ao trabalho doméstico durante a pandemia, seja nas atividades realizadas em casa ou no cuidado com algum familiar. “Historicamente somos exploradas. Entretanto, desde a redemocratização do país, nunca tivemos um período em que isso fosse tão acentuado. E o problema não é apenas a pandemia da Covid-19, mas sobretudo a ausência de políticas públicas para mulheres”, alerta a dirigente da CUT-DF.

 

Corte sem precedentes

O Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) mostrou que, “após cinco anos de subfinanciamento das políticas para as mulheres”, o governo dispôs de R$ 425 milhões para o ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, de Damares Alves. “Porém, até meados de maio de 2020, o ministério executou somente R$11,3 milhões, o equivalente a 2,6% do que está disponível”, afirma o Inesc.

O Instituto ainda denuncia que, “o Plano Plurianual (PPA) 2020-2023 excluiu o ‘Programa 2016: Políticas para as Mulheres: Promoção da Igualdade e Enfrentamento a Violência’, que era destinado somente às mulheres, e criou o ‘Programa 5034: Proteção à Vida, Fortalecimento da Família, Promoção e Defesa dos Direitos Humanos para Todos’, que é um guarda-chuva para execução de políticas do ministério destinadas às mulheres, aos idosos e a pessoas com deficiência”. Com a fusão dos programas, as políticas específicas para mulheres tendem a ficar ainda mais prejudicadas e sem transparência.

 

Com informações da CUT-DF