A verdade por trás da reforma da Previdência de Temer

O presidente ilegítimo Michel Temer vem fazendo esforços hercúleos para aprovar a reforma da Previdência. A partir de divulgações equivocadas sobre o rombo na Previdência e associações imorais com veículos de comunicação, o presidente que chegou à principal cadeira do Executivo federal através de um golpe vem alegando a urgente necessidade de mexer nas aposentadorias dos trabalhadores como forma de salvar o Brasil de uma crise econômica de amplitude questionável. Para o secretário-geral da CUT Brasília, Rodrigo Rodrigues, para o governo ilegítimo de Michel Temer, a crise da Previdência é um projeto.
“Não há duvidas de que Temer quer, na verdade, é beneficiar o sistema financeiro de Previdência privada. Pelo projeto, que poderá ser votado agora em fevereiro, ele elevou o tempo de contribuição, inviabiliza a aposentadoria integral e impõe vários outros retrocessos. Os trabalhadores, desesperados com a notícia, passarão a recorrer a planos privados de aposentadoria”, explica o sindicalista.
De acordo com o deputado federal Rubens Otoni (PT-GO), no ano passado, em um período de quatro meses, apenas com a discussão da reforma da Previdência, “aumentou em mais de 60% o mercado dos planos de aposentadoria privada”.
O agravante disso é que a privatização da Previdência não garante ao contribuinte a almejada segurança da aposentadoria.  “A privatização (da Previdência) é entregar para o sistema financeiro todo o movimento dos trabalhadores que hoje depositam na Previdência. O banco quebrou, alegou falência, adeus: leva todo o teu dinheiro embora”, alerta o senador Paulo Paim (PT-RS).
Para ganhar forças à manobra, “Temer transformou a previdência, que é um direito social, uma política pública, em um gasto público”, explica o secretário-geral da CUT Brasília. Essa é a matemática do golpista. E isso começou assim que ele usurpou a cadeira da presidência, quando fez do Ministério da Previdência Social uma pasta do Ministério da Fazenda. Agora, a Previdência é vista apenas como despesa, e não se leva em consideração a importância dela para a construção de uma sociedade menos desigual”.
Toda a sociedade pagará pelas alterações maliciosas de Temer na Previdência. De acordo com Luciano Fazio, em “O que é a Previdência”, “um dia ou outro, ela (a Previdência) atende todas as pessoas, de forma direta ou indireta. Não apenas aos idosos que já não trabalham mais, mas também aos indivíduos em atividade, em diversas situações de necessidade, com destaque para doença, invalidez e desemprego. Não apenas aos empregados, mas também àqueles que trabalham por conta própria. Ainda, não somente aos trabalhadores, mas também aos seus dependentes, inclusive àqueles que exercem atividade laboral” (p.7).
O resultado da aprovação da reforma da Previdência de Temer é uma mancha irreparável na Constituição Federal de 1988, considerada um pacto civilizatório. “A medida impõe um cenário que reflete o aumento das desigualdades, da pobreza, da exclusão, da marginalização social”, diz o secretário-geral da CUT Brasília, Rodrigo Rodrigues.