A expulsão do SINTEAL de sua sede em Maceió é mais um capítulo da história mundial da ganância do capitalismo

É certo que a história de luta dos trabalhadores em educação de Alagoas nunca será reduzida aos tijolos de sua sede histórica em Maceió que, agora, forçosamente abandonada, está a ruir junto com as casas de mais de 30 mil moradores, todos abarcados pela região que envolve três bairros na capital alagoana. Mas a tristeza dessa situação não escamoteia a indignação de que o afundamento do solo e instabilidade de toda a região foi causada pela ação criminosa de atividades de mineração realizadas pela Braskem, petroquímica ligada ao Grupo Odebrecht.

A exploração de sal-gema, usado para produzir soda cáustica e PVC, teve início em Maceió ainda no ano de 1975, 10 anos depois de a Associação dos Professores de Alagoas ter conquistado a concessão do local pelo Governo do Estado. Desde 1965, portanto, aquele prédio é testemunha da luta das educadoras e educadores do Estado. A chegada da atividade de mineração na região revelou o seu maior impacto somente em 2018, quando a instabilidade do solo na região, decidiu se manifestar nas casas e imóveis da população, abrindo crateras nas ruas e rachaduras nas casas, obrigando a evacuação obrigatória da área que compreende três bairros da capital Maceió.

A sede do SINTEAL foi mais uma vítima entre milhares de outras que viram suas histórias e sonhos serem devastados pela ganância do capital. A culpa pela construção falha dos poços não foi, no entanto, reconhecida pela empresa, em que pese a própria Braskem ter fechado um acordo bilionário de indenização judicial agora, no último mês de janeiro. O SINTEAL se vê obrigado, agora, em pleno período de quarentena compulsória da crise do Coronavírus, a se retirar de sua sede histórica, marcada pela luta e suor de tantas greves, atos, manifestações, reuniões e encontros dos/as educadores/as alagoanos/as.

Os/as professores/as e funcionários/as de escola de todo o Brasil se solidarizam com os/as companheiros/as de Alagoas. Somos mais uma vez vítimas da ganância capitalista e, disso, não esqueceremos jamais! Exigimos o reconhecimento da culpa por parte daqueles que colocaram o lucro acima da vida de milhares de alagoanos! A história de luta dos/as educadores/as alagoanos não se apagará com os tijolos demolidos pelo capitalismo desenfreado!

Brasília, 03 de abril de 2020
Direção Executiva da CNTE