A trajetória da EJA no Distrito Federal em exposição no Sinpro

No próximo dia 7 de outubro, sexta-feira, a professora Leila Maria de Jesus Oliveira apresenta no auditório do Sinpro, às 19h, os resultados da pesquisa de sua tese de doutoramento intitulada “Pegadas” Históricas: educação de pessoas trabalhadoras no Distrito Federal (1957 a 1998). A orientadora da pesquisa, professora Dra. Maria Margarida Machado (PPGE/UFG) também irá participar.

A tese de Leila Maria foi defendida no início de setembro. Leila vai apresentar os resultados de sua pesquisa que buscou identificar historicamente as iniciativas de atendimento à demanda para educação de pessoas jovens e adultas trabalhadoras, no Distrito Federal, refletindo sobre a garantia do direito à educação para este público. Para isso, em uma pesquisa historiográfica, reconstruiu os passos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Distrito Federal no período de 1957 a 1998.

Além de doutora em educação pela UFG e mestra, também em Educação pela UnB, Leila é pesquisadora especializada em EJA. Professora da SEE-DF desde 1989, ela atua também na educação popular, é membro do Centro de Cultura e Desenvolvimento do Paranoá e Itapoã (CEDEP) e do Grupo de Trabalho Pró-Alfabetização, Fórum de Educação de Jovens e Adultos do Distrito Federal (GTPA-Fórum EJA). Leila é também integrante do Centro de Memória Viva, Programa de Extensão da UnB que é referência em educação popular e EJA, um espaço que se destina a reconstruir a memória da educação popular e da Educação de Jovens, Adultos e Idosos Trabalhadores no DF.

A pesquisa de doutoramento de Leila reconstrói a trajetória da EJA no DF no período que abrange desde a construção da Capital da República até o final do século XX. A tese buscou na memória documental a organização da oferta da EJA para atender à demanda que chega ao DF com os primeiros candangos, que tinham como uma das características a baixa ou nenhuma escolarização. O trabalho apresenta também os passos da legislação, a conjuntura político-administrativa do DF e as ações desenvolvidas ao longo do tempo, no que diz respeito à EJA.

A autora analisou documentos que, por vezes, não permitiram delinear uma construção histórica fidedigna da educação para pessoas jovens e adultas trabalhadoras no DF ao longo do século XX. O cuidado do poder público com seus registros históricos deixou muito a desejar: faltavam documentos, arquivos sumiram. Mesmo com as dificuldades documentais, foi possível à professora concluir que a EJA se constitui como uma disputa entre sociedade civil e sociedade política, e não atende à demanda da educação do público-alvo desde a sua concepção. A oferta é precária na rede pública, e a sociedade civil, na tentativa de suprir o que o estado não oferece, comete alguns equívocos. Ao longo do período estudado o acesso, a permanência e a continuidade de uma educação plena para as pessoas trabalhadoras não foram asseguradas.