“A escola que queremos passa pela luta das mulheres”

Professoras e orientadores educacionais participaram do “Encontro de Mulheres Educadoras – Mulheres e direitos humanos: qual escola queremos?”, nesse 11 de fevereiro. Na atividade, realizada pela Secretaria de Assuntos e Políticas para Mulheres Educadoras do Sinpro-DF, foi unânime o entendimento de que a construção de um país democrático passa pela educação que emancipa e que forma pessoas críticas, o que, necessariamente, passa pela luta das mulheres.

 

A atividade foi realizada em forma de roda de conversa, com a participação de Luana Euzebia, professora da rede pública de ensino do DF e integrante do o grupo de rap feminino Donas da Rima – que se apresentou no encontro; Nilza Cristina, professora e vereadora, e Márcia Gilda, professora da rede pública de ensino do DF e coordenadora da secretaria de Assuntos de Raça e Sexualidade do Sinpro-DF.

“Falar, discutir e construir a luta das mulheres é falar da estrutura social. É por isso que esse tema deve permear os espaços escolares. Precisamos romper com essa ideia de educação acrítica. Isso só serve para aqueles que querem a manutenção das estruturas de poder, de injustiça, de exclusão e, consequentemente, de machismo, misoginia e de racismo”, afirma a coordenadora da Secretaria de Assuntos e Políticas para Mulheres Educadoras do Sinpro-DF, Mônica Caldeira.

Segundo ela, “as professoras e orientadoras educacionais saem do encontro com encaminhamentos definitivos para fazer a luta unitária pela dignidade de meninas e mulheres nas escolas e na sociedade”. “A política educacional brasileira foi solidificada sobre o patriarcalismo e o sexismo. Isso também reflete nos índices que escancaram que o Brasil é um país em que as mulheres são violentadas e agredidas, inclusive dentro das próprias escolas. Também é papel nosso, das educadoras e dos educadores, colaborar na formação de pessoas que entendam, respeitem e valorizem os direitos humanos; que lutem pela igualdade de gênero. Por isso, escolhemos essa temática para o encontro”, explica Mônica Caldeira, e diz com ênfase: “A escola que queremos passa pela luta das mulheres”.

Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022, no Brasil, a cada sete horas uma mulher é vítima de feminicídio, e a cada dez minutos uma mulher e estuprada. Desde que implementada a política da educação como ferramenta para transformação social, as escolas se configuram espaços de prevenção à violência de gênero, que atinge, sobretudo, as mulheres negras.

Foto: Joelma Bonfim

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