Seminário Nacional sobre a questão Palestina lota auditório da CUT
Os 80 lugares do auditório Adelino Cassis, localizado na CUT Brasília, não foram suficientes para acomodar os militantes de mais de 20 movimentos sociais que prestigiaram e promoveram o Seminário Nacional sobre a questão Palestina, realizado na tarde da última sexta-feira (10).
Representantes das embaixadas da Palestina, Irã, Nicarágua, Rússia, Coréia do Norte e Cuba apresentaram aos convidados a atual situação internacional da região, que há quase sete décadas sofre com invasão de território, exploração de riquezas e opressão ao povo.
“O assunto Palestina é um dos conflitos históricos longos e ao mesmo tempo um dos conflitos mais trágicos. Após a Segunda Guerra Mundial, com um complô planejado pelos centros sionistas, o território da Palestina foi invadido pelas pessoas da Europa e de outros países, que ali tinham ido como imigrantes. Os ocidentais tentaram instalar uma base do sistema capitalista no coração do mundo Islâmico, para que pressionem os países da região quando necessário para preservar seus interesses”, explica o embaixador da República Islâmica do Irã no Brasil, Mohammad Ali Ghanezadeh.
De acordo com o embaixador, o ponto de partida dos conflitos foi a ocupação do território do povo palestino pelo regime sionista. “Esse procedimento causou, ao longo dos últimos anos, a morte de milhares de pessoas inocentes, destruição de suas moradias e destruição de infraestrutura da Síria, Iraque, Iêmem e de vários outros países”, explica Mohammad Ali Ghanezadeh.
“Há anos, esse povo percebeu que a resistência é o único caminho para alcançar o objetivo. O fechamento das passagens nas fronteiras, a imposição do cerco humano e contínuo aos territórios palestinos, matança de pessoas indefesas, judaização e outras medidas criminosas do regime sionista são as provas claras de um Apharthaid, genocício, crime contra a humanidade e terrorismo de Estado”, completa o embaixador da República Islâmica do Irã.
Uma luta internacional
“Che Guevara nos lembrou que um revolucionário é aquele que luta contra todo o sofrimento do mundo. Essa é a filosofia de Cuba e continuará sendo pelos próximos 5 mil anos. Por isso. a luta por uma Palestina livre é uma bandeira de todos nós”, afirma o conselheiro político da embaixada de Cuba no Brasil, Rafael Hidalgo.
Mais de cinco partidos políticos brasileiros também foram representados no seminário e prestaram apoio ao movimento pela libertação do povo palestino.
“Defendemos uma sociedade sem dor, igualdade de condições de vida. A luta em defesa de uma sociedade mais justa é universal. Se existe um povo sem direito à terra, essa luta é nossa. Esse povo teve seu chão arrancado mas vai ensinar para o resto do mundo como se faz uma revolução. Viva ao povo palestino e sua luta incansável por justiça e por sua terra usurpada”, declara a deputada federal Erika Kokay (PT-DF).
O Movimento Sem Terra – MST prestou longas homenagens à luta palestina e aos representantes do país presentes no seminário. Entoaram canções e deixaram claro seu apoio pela causa de libertação desse povo.
“Aqui no Brasil, lutamos contra os latifundiários, mas se não nos preocuparmos com os irmãos palestinos, nossa luta será em vão. A luta do revolucionário é por todos os seres humanos, é em defesa da vida. Faremos cada vez ações mais concretas para que o governo brasileiro, que já apoia a causa Palestina, se manifeste cada vez mais e de forma mais direta em defesa desse povo. Marcharemos juntos até que todos os povos sejam livres e tenham o direito à sua terra”, discursa o militante do MST, Bruno Leandro.
A CUT tem se posicionado permanentemente em relação à questão da Palestina, participando de atos de solidariedade ao povo palestino diante dos massacres ocorridos. “Como a maior central sindical da América Latina e uma das maiores do mundo, a CUT se solidariza com a situação do povo palestino e reafirma seu compromisso com a luta pelo direito dos povos à sua autodeterminação, à justiça e à vida. Repudiamos a política de terrorismo do estado de Israel e todos os ataques à população desse país”, afirmou Ismael Cesar, diretor de Política Social da CUT Brasília.