Unidade, alegria e disposição marcam o Dia do Trabalhador em Brasília

O Dia do Trabalhador amanheceu nublado em Brasília, mas o clima pouco amistoso não foi suficiente para desanimar a militância da capital federal, que compareceu ao ato político-cultural convocado pela CUT e outras centrais sindicais. A atividade aconteceu no Eixão do Lazer, altura da 106 sul.
Reunidos em torno de pautas comuns, como a redução da jornada de trabalho sem redução de salário, a promoção da justiça social e a luta pela dignidade da classe trabalhadora, dezenas de organizações realizaram falas, expuseram materiais, dialogaram entre si e com a população.
Estiveram presentes partidos políticos, sindicatos, movimentos estudantis e populares. O evento teve shows musicais, brinquedos infláveis, food trucks, feirinhas e outras atrações.
Para o presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues, a atividade marca um momento de importante unidade no DF e no restante do país.
“Essa semana tivemos a belíssima Marcha da Classe Trabalhadora, onde entregamos a nossa pauta de reivindicações aos poderes. Essas demandas têm o objetivo de construir um país mais justo e igualitário, e as centrais sindicais assumem um importante papel ao estar juntas nessa construção. Vamos arrancar o Brasil que nós tanto desejamos”, afirmou Rodrigo.
O deputado distrital Gabriel Magno também lembrou as pautas da Marcha e falou sobre a atual situação do Distrito Federal. Segundo o parlamentar, temos “um governo que sequestrou a cidade, impedindo o acesso aos serviços públicos”. Gabriel lembrou as medidas implementadas pela extrema direita em nosso país, como a reforma da previdência e o teto de gastos para áreas essenciais e afirmou: “nas próximas eleições, vamos mostrar que Brasília não é uma cidade de direita, é uma cidade de direitos. E quem constrói os direitos é a classe trabalhadora”.
Novos desafios
Apesar do atual Governo Federal ser progressista, o Congresso Nacional possui uma maioria conservadora. Isso acaba dificultando a implementação de projetos pensados para melhorar a vida das trabalhadoras e dos trabalhadores. Para a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-DF, Thaísa Magalhães, esse é um movimento muito complexo que culmina numa necessidade muito grande de organização e mobilização.
“Seja nos sindicatos, nas comunidades ou em outras organizações, é muito importante que as mulheres estejam organizadas, pois precisamos de mudanças não só na legislação, mas na lógica social. Isso também passa por uma necessidade das pessoas entenderem que precisam votar em homens e mulheres que não reproduzam a misoginia”, afirmou.
A secretária de Assuntos Jurídicos da CUT-DF e dirigente do Sindicato dos Rodoviários, Tatiane Santos Lopes, reforçou a importância dos movimentos sociais e sindicatos como espaços para lutar por direitos e criar políticas que incluam as mulheres. “Na categoria rodoviária, lutamos diariamente por respeito e igualdade, o que não é fácil em um ambiente ocupado majoritariamente por homens”, afirmou.
1° de maio e as lutas da classe trabalhadora
A deputada federal Erika Kokay lembrou a história do dia 1° de maio e a luta dos trabalhadores de Chicago pelo domínio de seu próprio tempo. Erika relacionou a grande mobilização de 1886 com a reivindicação atual da classe trabalhadora pelo fim da jornada 6×1.
Para Kikay, o trabalho não pode estar relacionado ao assédio e ao sofrimento, mas deve ser um local onde é possível “libertar o ser humano dentro de nós”.
A CUT Brasil lançou, neste 1° de maio, um vídeo sobre as origens do Dia Internacional das Trabalhadoras e dos Trabalhadores, que pode ser visto integralmente aqui
Fonte: CUTDF