8 de setembro – Dia Mundial da Alfabetização

A alfabetização tem um papel fundamental e imprescindível no desenvolvimento social e econômico mundial, e sem acesso à educação, não há ampliação e pleno exercício da cidadania. Em tempos de desrespeito à democracia e à educação como um todo, o dia 8 de setembro, Dia Mundial da Alfabetização, ganha ainda mais importância e necessidade de luta por todos(as) os(as) brasileiros(as).

Criada em 8 de setembro de 1967 pela Organização das Nações Unidas (ONU), por meio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a data carrega o objetivo de enfatizar a importância que a alfabetização tem no futuro de uma nação e do mundo. Países que priorizaram a educação, exemplo do Japão, se sobressaíram nos mais variados segmentos e figuram entre as principais potências mundiais.

Certa vez Paulo Freire disse que “a alfabetização é muito mais que ler e escrever. É a habilidade de ler o mundo, é a habilidade de continuar aprendendo e é a chave da porta do conhecimento”. Não ter a alfabetização/educação como prioridade, é dificultar o acesso da população à saúde, à informação, ao mercado de trabalho, a condições mais dignas de vida e à possibilidade de uma ascensão social e financeira. Não promover a educação básica é transformar o ser humano em apenas mais um número em milhões, tirando do indivíduo a chance de expressar sua opinião, de exercer sua cidadania plenamente, além de torná-la vulnerável à manipulação.

 

Educação precisa ser prioridade

Em tempos de retrocessos e de desrespeito do governo de Jair Bolsonaro para com o social e para com a educação, é preciso ressaltar que a alfabetização é um direito humano fundamentado pela Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH). Em quase três anos de (des)governo, Bolsonaro retirou recursos; implantou reformas que prejudicarão o ensino; tenta criminalizar e desrespeita os(as) professores(as); além de colocar o segmento no final da fila de prioridades de seu governo.

A onda de ódio que emana de seu discurso atinge o futuro do país e respinga em personalidades que lutaram durante toda a vida por uma educação digna e de qualidade para todos(as). Um dos exemplos é o patrono da educação brasileira, Paulo Freire, que comemora, no dia 19 de setembro, 100 anos de amor e contribuição para o Brasil e para o mundo.

Desde o golpe 2016, Michel Temer deu início a um desmonte na educação brasileira. Todo o trabalho que educadores(as) e cidadãos tiveram para, por exemplo, construir o Plano Nacional de Educação (PNE) e o Sistema Nacional de Educação, foi desmontado pelo governo que antecedeu o governo Bolsonaro. Atualmente, além da onda de retrocessos que o Ministério da Educação vem implantando, seguidores de Jair Bolsonaro ofendem Paulo Freire, tentando colocar em descrédito todo o legado que o filósofo construiu e que é seguido e respeitado mundo afora.

Para a diretora do Sinpro, Rosilene Corrêa, nesse momento em que vivemos no Brasil, especialmente em educação, falar de Paulo Freire nos revigora. É a prova de que o brasileiro e a brasileira têm a obrigação da resistência, em fazer valer o que nós aprendemos com ele, que está tão vivo entre nós. “A resistência passa pelo combate a toda tentativa de retrocessão que esse governo tenta implantar; ao respeito à educação, como mola propulsora de uma sociedade mais justa e melhor; à defesa de pessoas que lutaram por toda a vida pela alfabetização de todos e todas, como é o caso do nosso Paulo Freire. A educação deve ser ressaltada como uma solução, não um problema, como Bolsonaro tem enfatizado”, ressaltou.

Em tempos de ódio e de um governo que nos levou a crises na economia, na saúde e na educação, precisamos lutar por uma educação libertadora, emancipatória e que leve o sujeito a ser mais. No Dia Mundial da Alfabetização, lutar pelo respeito à educação é lutar por um Brasil melhor. Quando Paulo Freire disse que educação é muito mais do que ler e escrever, mais uma vez ele estava correto, pois a educação é, também, a habilidade de ler o mundo, em nos tornarmos capazes de agir para transformá-lo, defendendo a educação como direito de todos os cidadãos e cidadãs.

 
 

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