7 de agosto: mobilização virtual no Dia Nacional de Luta pela Vida e

Em pouco mais de 5 meses de pandemia do novo coronavírus, o Brasil chega às vésperas de alcançar a triste soma de 100 mil mortes em decorrência da covid-19. Esse número impressiona. É mais do que um Maracanã com a capacidade máxima (78.838 espectadores) de torcedores ou dois estádios Mané Garrincha lotados (45.200 espectadores cada um). Para se ter uma ideia melhor, essa tragédia corresponderia à queda de 538 aviões da Gol lotados neste período.

Ou seja, equivale à queda de oito aviões da Gol lotados a cada 24 horas (ou à queda de um avião lotado a cada 3 horas) nos 5 meses. Trata-se de um massacre, subnotificado, de muito mais de 100 mil pessoas, em apenas 5 meses, que poderia ter sido evitado. O Brasil é o segundo país do mundo mais afetado pela pandemia. Está há meses sem Ministro da Saúde e sem política de combate à pandemia. Dentre as várias vergonhas federais relacionadas à não gestão desta crise sanitária, os números revelam que a pandemia do novo coronavírus já matou o triplo de gente no Brasil do que a gripe espanhola, entre 1918 e 1920, embora, hoje, o país possua medicina, pesquisa científica e instrumentos públicos evoluídos e capazes de evitar o genocídio. 

O Brasil começa, esta sexta-feira (7), com mais de 2,9 milhões de contaminados confirmados, 1.226 mortes nas últimas 24 horas (de 5 para 6/8) e 98.644 mortes desde o início da pandemia até hoje (20h de 6/8). Nas últimas 24 horas (entre os dias 5 e 6/8) foram confirmados 54.801 novas contaminações e, nos últimos 7 dias, a média de novos casos foi 43.396. São dados com subnotificações em razão da falta de testes e foram consolidados, às 20h, de quinta-feira (6), pelo consórcio de veículos de imprensa.

Soma-se a isso o aumento do desemprego por causa da crise econômica criada pela política neoliberal do presidente Jair Bolsonaro. O País conta, hoje, com 12,8 milhões de desempregados e uma taxa de desemprego de 13,3%, a maior em 3 anos. Esses dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgados nessa quinta-feira (6), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Pnad Contínua indica que só no segundo trimestre, 8,9 milhões de pessoas perderam o emprego, justamente durante o pico da pandemia.

Rosilene Corrêa, diretora do Sinpro-DF, afirma que a Central Única dos Trabalhadores (CUT), sindicatos, federações, confederações e representantes de todas as centrais sindicais  estão mobilizados no ato nacional desta sexta-feira (7) intitulado Dia de Luta pela Vida nas 27 unidades da Federação. “Às 11h haverá um twitaço com a hashtag #7deagostolutapelavida. Participe!”, convida a sindicalista.

“Nós, da diretoria do Sinpro-DF, convocamos a categoria a participar do Dia Nacional de Luta pela Vida e dos Empregos e, às 11h, participe do twitaço nas redes sociais, com a hashtag #7deagostolutapelavida, uma vez que, assim como os demais trabalhadores e trabalhadoras da iniciativa privada, nós, trabalhadores e trabalhadoras do magistério e da educação, também estamos correndo riscos e sofrendo, diariamente, ameaças de voltarmos a qualquer momento às aulas presenciais, o que significará uma sentença de  morte para a nossa categoria”, afirma Rosilene.

Tragédia anunciada — O presidente da CUT, Sérgio Nobre, avalia que não é possível ver 100 mil mortos como um número frio, e sim como uma tragédia. “Para isso é preciso que a população manifeste sua insatisfação com este governo, afirma Sérgio Nobre, presidente da CUT, ao se referir ao número de vidas perdidas para a covid-19. “Nós alertamos no início da pandemia, em março, que se o governo federal não abraçasse e coordenasse uma política e um processo de isolamento social para que pudéssemos sair, rapidamente, dessa crise, preservando vidas e empregos, o País vivenciaria uma enorme tragédia”, diz.

A tragédia anunciada da perda de milhares de vidas para a pandemia e de uma economia no fundo do poço por causa da política neoliberal e por falta de um comando nacional se consolida a cada dia. Esta semana, o Brasil atingiu a triste marca de 100 mil mortos por covid-19 e todo mês milhares de trabalhadores(as) perdem o emprego e não têm nem sequer a esperança de uma rápida recolocação no mercado de trabalho.

No entendimento dos sindicalistas, “tanto os números de brasileiros mortos quanto os de desempregados poderiam ter sido evitados se o Presidente da República não fosse irresponsável, ao chamar a covid-19 de gripezinha, defender o uso de remédio ineficaz (cloroquina) contra a doença, promover aglomerações, não utilizar máscaras, não liberar recursos suficientes para a área de saúde e não apresentar nem sequer uma proposta de geração de emprego e renda”.

A nota da CUT diz que “a incompetência ou descaso com a pandemia é tamanha que, de março até 25 de junho, o governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL e, hoje, sem partido), por meio do Ministério da Saúde, gastou apenas $ 11,4 bilhões ( 29%) dos R$ 38,9 bilhões  que seriam destinados ao combate ao novo coronavírus. O valor foi revelado em uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) obtida pelo jornal Folha de São Paulo.

Crise econômica e social — O presidente da CUT ressalta que o País vive outra pandemia, a de demissões e de fechamento de empresas, em especial as micro e pequenas, que têm, entre seus proprietários, ex- trabalhadores que investiram suas poupanças e reservas financeiras em um negócio para manter suas famílias. “São ex-bancários, químicos, metalúrgicos, gente que perdeu o emprego e que como única forma de sobrevivência, montou seu pequeno negócio para sustentar a sua família e agora está vendo o seu negócio fechar”, lamenta.

Por todos esses motivos é que, nesta sexta-feira (7), nos mobilizamos pelo Dia Nacional de Luta em Defesa da Vida e dos Empregos (#7deagostolutapelavida). As manifestações serão virtuais e simbólicas para respeitar o distanciamento social necessário para ajudar a evitar a disseminação da covid-19.

Com informações da CUT

Confira, a seguir, matéria da com mostrando como será a  mobilização virtual de 7 de agosto em cada estado

Presidente da CUT convoca para o Dia Nacional de Luta pela Vida, 7 de agosto 

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