38 anos dos Centros de Vivências Lúdicas: uma experiência pioneira e virtuosa
Os Centros de Vivências Lúdicas completam 38 anos em 2024, com uma vasta experiência para celebrar. Vamos aproveitar a data e a grandeza dessa contribuição para a educação no DF para fortalecer esse lindo trabalho e exigir a valorização das oficinas pedagógicas.
Cada uma das coordenações regionais de ensino conta com equipes de dois ou mais formadores, totalizando cerca de 30 profissionais para os Centros de Vivências Lúdicas. Como se trata de um processo de formação continuada, eles estão vinculados à Eape.
A professora Simone Moura Gonçalves, que atua na oficina pedagógica do Núcleo Bandeirante, lembra que a experiência da rede pública de educação do Distrito Federal é pioneira nessa área. Segundo ela, ao participar de eventos nacionais como congressos ou seminários de educação e ludicidade, é perceptível que a experiência dos Centros de Vivência Lúdica no DF é única: “Nosso trabalho se diferencia de outras experiências de formação continuada no Brasil, por se dar de forma articulada, regionalizada e atuando em rede de ensino”, aponta ela.
Os Centros de Vivências Lúdicas Oficinas Pedagógicas são formados por professores e professoras das diferentes áreas do conhecimento, com experiências nas diversas etapas e modalidades de ensino da rede. A partir dos referenciais da ludicidade e da criatividade, esses profissionais desenvolvem reflexões, atividades e vivências que se aproximam de uma concepção de educação inclusiva, humanizada e que promove aprendizagens com alegria e leveza. “As linguagens artísticas funcionam como um norte que favorece experiências de encontro e reencontro com o brincar enquanto essência da gente”, explica Simone.
A professora Simone também conta que as oficinas pedagógicas desenvolveram historicamente metodologias que articulam teoria e prática para o exercício da docência. É por isso que alcançam os espaços de transformação de concepções dos professores: “Ao experimentarem o lugar de quem aprende, eles se tornam mais sensíveis para as realidades dos seus estudantes, suas necessidades e desafios. E, com recursos lúdicos e criativos, feitos por eles mesmos, vão transformando as rotinas nas salas de aula e nas escolas”, observa ela.
Celebração
Em sessão solene realizada na Câmara Legislativa realizada dia 7 de junho, a experiência das oficinas pedagógicas foi celebrada e socializada por personagens importantes dessa história atualmente. A professora Simone esteve lá, assim como Aldaney Menegaz de Andrade (professora aposentada das oficinas pedagógicas); Juliana Gonçalves Dias da Costa (discente da oficina pedagógica); Lucas Vieira Baeta Neves (coordenador das oficinas pedagógicas pela Eape); Ana Paula Monteiro da Silva (Uniebs); Luciana de Almeida Ribeiro (Eape); Maria das Graças de Paula Machado (subsecretária de formação continuada, representando a SEE-DF); Vanilce Diniz (Sinpro-DF); Rosilene Corrêa (CNTE); e o deputado distrital Gabriel Magno (PT), proponente da sessão.
O debate foi muito rico, destacou o papel das oficinas pedagógicas e muitos de seus aspectos no sentido do pioneirismo e da ampliação de horizontes. O deputado Gabriel destacou a importância desse trabalho também para o fortalecimento do papel do professor, numa época em que se multiplicam ameaças à educação como o homeschooling e o chat GPT elaborando aulas: “Processos lúdicos atestam necessidade do trabalho do professor”, disse ele.
Representando o Sinpro, a coordenadora da Secretaria de Formação do sindicato Vanilce Diniz ressaltou a importância dos processos descentralizados de formação e a promoção da ludicidade: “O que queremos é uma educação criativa, lúdica e feliz”, disse.
Lucas Baeta, coordenador das oficinas pedagógicas, lembrou que os centros de vivência lúdica estão situados, na Eape, na defesa e promoção da diversidade: “As oficinas pedagógicas são espaço de acolhimento, onde as pessoas são valorizadas nas suas particularidades”, pontuou.
Obstáculos
Valorizar os Centros de Vivências Lúdicas é também garantir que seu trabalho seja desenvolvido nas condições adequadas. Infelizmente essas condições nem sempre estão asseguradas. Das 13 CREs que estão com as oficinas ativas (a CRE de Samambaia está, no momento, sem oficina pedagógica em funcionamento), algumas não dispõem de espaços adequados para esse atendimento diferenciado, seja porque as salas são muito reduzidas ou por não terem sua utilização voltada exclusivamente para as oficinas.
“Tudo que é produzido em uma oficina pedagógica é para as escolas e nossos estudantes, o acolhimento existente ali é totalmente intencional”, destaca a professora Simone. “É preciso garantir a permanência e o fortalecimento desse trabalho de formação feito por professores das oficinas pedagógicas, porque são professores da nossa própria rede de ensino, conhecedores dos seus desafios e dificuldades”, conclui.
Simone também lembra que as oficinas precisam dispor de materiais lúdicos para serem confeccionados durante os encontros. Muitas vezes, esses materiais estão organizados para vivências corporais que envolvem movimento. É muito importante que eles não faltem.
Quanto à oficina pedagógica de Samambaia, a SEE-DF está em busca de profissionais para comporem esse quadro de formação na regional.
Um orgulho para a educação no DF
O Sinpro parabeniza todos os e as profissionais envolvidos nesse processo de formação continuada descentralizada chamado Centros de Vivências Lúdicas Oficinas Pedagógicas. Esse é um trabalho riquíssimo e muito bem desenvolvido, que nos orgulha como educadores e educadoras e abre mais do que horizontes para a teoria e a prática: abre as esperanças!
Fotos: Palloma Barbosa
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