30 de maio – dia do trabalhador e da trabalhadora rural

O alimento que chega nas mesas dos brasileiros e das brasileiras todos os dias e noites é fruto do trabalho dessa categoria cujo dia é comemorado neste 30 de maio. Os trabalhadores e trabalhadoras rurais são responsáveis pela comida que, de fato, nós consumimos: arroz, feijão, farinha, batata, mandioca, tomate, cenoura, salada, café, leite, açúcar, queijo. A maioria das comidas que vem à mente quando se pensa na alimentação básica brasileira é produzida pela agricultura familiar, que representa 76,8% dos estabelecimentos rurais no país.

Os pequenos produtores rurais do Brasil são pessoas que trabalham e produzem – ao contrário dos grandes produtores latifundiários, que plantam commodities para exportar sem pagar tributos. A maior luta dos pequenos produtores é não perder área plantável para os produtores de commodities, como a soja – cuja produção mal chega à mesa do brasileiro.

O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) lidera há mais de dez anos a maior produção de arroz orgânico da América Latina. A avaliação é do Instituto Riograndense de Arroz (Irga). Nesta safra 2022/2023, estima-se que os assentamentos devem colher mais de 16 mil toneladas plantadas numa área total de 3,2 mil hectares 100% livres de agrotóxicos e de transgênicos é simbólico e reforça o compromisso do MST com a vida

A produção de arroz orgânico do MST envolve 352 famílias e 7 cooperativas. Sua plantação é feita em 22 assentamentos localizados em nove municípios das regiões Metropolitana, Sul, Centro Sul e Fronteira Oeste do estado. A cidade de Viamão, na região metropolitana de Porto Alegre, é a maior produtora do grão, e as principais variedades plantadas são de arroz agulhinha e cateto.

Mas nem só de arroz vivem os e as (ex-)sem-terra deste Brasil. As cadeias produtivas mais consolidadas nos assentamentos do MST são também de leite, carne, café, cacau, sementes, mandioca, cana-de-açúcar e grãos. Todavia, a diversidade de alimentos produzidos em cada região do país está na casa das diversas centenas. São alimentos que abastecem feiras locais e regionais, cestas e cooperativas de consumo, mercados locais e, principalmente, a alimentação escolar e de outros entes públicos, como asilos, presídios, quartéis.

O MST reúne 450 mil famílias assentadas. Conta com 160 cooperativas e 190 associações, que juntas possuem 120 agroindústrias de pequeno e médio porte. Essas empresas sociais atuam em diferentes níveis, da produção, agroindustrialização até a comercialização de alimentos. O amadurecimento dessas formas organizativas conduziu a criação de cadeias produtivas da Reforma Agrária, com produção em diferentes estados.

Para produzir essa diversidade de alimentos as famílias Sem Terra vêm trabalhando na consolidação da Agroecologia nos assentamentos, a partir de novas relações ser humano-natureza, produzindo formas saudáveis de manejar a produção ao mesmo tempo em que se cuida dos bens comuns dos povos (água, terra, biodiversidade, ar). Mais de 50 mil famílias Sem Terra implementam, atualmente, práticas agroecológicas.

Para além da redistribuição de terra no Brasil, a Reforma Agrária Popular é importante para também assumir a missão de produzir alimento saudável para o povo brasileiro; conservar os bens comuns dos povos; criar territórios de enfrentamento a toda forma de violência e com novas relações sociais, fundamentadas nos valores humanistas.

Comida é paz e amor.

Viva os trabalhadores e as trabalhadoras rurais!

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