30 de janeiro – Dia Mundial da Não-Violência e Cultura de Paz

Em tempos de intolerância, violência e coro contra a democracia, a cultura da paz tem sido cada vez mais importante e necessária não só no Brasil, mas ao redor do mundo. Com o objetivo de fomentar a educação para a paz, para a solidariedade, mediação de conflitos e ao respeito pelos direitos humanos, as Nações Unidas definiram, em 1948, o dia 30 de janeiro como o Dia Mundial da Não-Violência e Cultura de Paz. A data foi criada em homenagem à Mahatma Gandhi, líder pacifista indiano que foi assassinado neste mesmo dia.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define violência como o uso intencional da força física ou do poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha grande possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação. Nessa definição, a violência é muito mais do que agressão física e passa a ser entendida como relações de abuso de poder, intimidações, negligências, abusos psicológicos e sexuais. Nesse sentido, para compreender o exercício da violência, é preciso compreender as relações de poder na sociedade.

Em momentos conflituosos como o que vivendo hoje em dia, com o fortalecimento do terrorismo, de grupos extremistas e o incentivo à violência em diversas sociedades mundiais, é ainda mais importante lembrar de ideias e conceitos como a Não-Violência e a cultura de paz, principalmente direcionados a grupos historicamente oprimidos, exemplo das mulheres, negros, LGBTQIA+, pessoas com deficiência e de classes sociais de menor poder aquisitivo.

 

Sinpro na campanha da não violência

A diretoria do Sinpro também levanta a bandeira do combate à violência em todas as suas formas. Independentemente do tipo de violência, ela sempre causa danos graves, seja físico, psicológico, patrimonial ou social. A Não-Violência não se trata apenas da adoção de práticas contra todos os segmentos da violência, mas de combatê-las de forma severa e intransigente.

Com esta preocupação o sindicato promove desde 2008 a campanha contra a Violência nas Escolas (Quem bate na escola maltrata muita gente), que tem como objetivo levar aos(às) estudantes da rede pública do DF uma reflexão sobre as causas, consequências e soluções para a violência no ambiente escolar, problema que afeta a sociedade como um todo. A campanha, inclusive, se desdobra no concurso de redação.

O diretor do Sinpro Cléber Soares lembra que a escola é um espaço de debate e de construção de ideias, de não à violência contra a mulher, não ao racismo, não à homofobia, do respeito à democracia, entre outros tipos de preconceito. “A escola é um dos espaços estratégicos para reconhecer e identificar as causas, consequências da violência cotidiana que ocorre desde o convívio familiar até aos espaços sociais mais ampliados. Nesta perspectiva, a escola pode cumprir um papel essencial na construção de uma sociedade baseada em uma cultura de paz. Ao longo dos últimos anos a sociedade brasileira viveu um período de louvação das armas e naturalização de muitas formas de violência. O desafio urgente e essencial é retomar a direção do respeito à vida acima de tudo. A escola pode ser um espaço extraordinário para esta retomada, mas, para isso, a valorização da educação deve ser prioridade no orçamento público e ser espaço laico de construção democrática e coletiva do conhecimento”, ressalta.