28 de abril – Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho

Em 28 de abril de 1969, a explosão em uma mina localizada no estado de Virginia, nos Estados Unidos, matou 78 mineiros. Desde então a fatalidade é lembrada em todo o mundo em memória às vítimas de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho. Em 2003 a data foi instituída pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho, data instituída oficialmente no Brasil por meio da Lei nº 11.121/2005.

Segundo dados da Previdência Social de 2018 (última estatística disponível), após uma queda de 4,78% nos acidentes de trabalho registrada de 2016 para 2017, passando de 585.626 para 557.626, o Brasil registrou um aumento de 3,47% nos acidentes de trabalho de 2017 para 2018, passando para 576.951. Neste cenário de adoecimento no ambiente de trabalho, os(as) professores(as) e orientadores(as) educacionais se colocam, infelizmente, entre os(as) mais atingidos(as).

O ambiente escolar, que deveria ser visto como centro de formação intelectual, de desenvolvimento e aprendizagem, um espaço construído para segurança, saúde e proteção, tem sido palco do descaso por parte dos governantes, fato que coopera para o adoecimento da categoria. Escolas sem acessibilidade, excesso de alunos(as) em sala de aula, naturalização de violências, discursos totalitários, entre outros problemas geram uma série de problemas de saúde no magistério público.

Para a psicóloga Luciene Kozicz, um ambiente de trabalho seguro e saudável como princípio é um direito fundamental no mundo do trabalho. Porém, os últimos dados do Ministério da Previdência revelam que ainda é preciso investir muito em prevenção para que esse direito seja garantido. “Prevenir significa impedir que professores, orientadores educacionais se sobrecarreguem pelo excesso de alunos em sala, disponibilizar equipes multidisciplinares na escola para atender as diversidades e realizar a inclusão social, que é muito diferente de jogar alunos para dentro de prédios, oferecer recursos didáticos como suporte experimental no desenvolvimento das aulas e na organização do processo de ensino e de aprendizagem dos educandos, propiciar espaços de diálogo para que machados e revólveres não matem diferenças”, ressalta.  

A coordenadora da Secretaria de Assuntos da Saúde do Sinpro, Elbia Pires, enfatiza que distúrbios osteomusculares e transtornos mentais e comportamentais continuam sendo os campeões em afastamento do ambiente laboral. “Vivemos um cenário de adoecimento dentro e fora da escola. Convivemos com um culto à violência, de propagação da intolerância, fato que reflete no ambiente escolar. Isto tem sido visto em atos terroristas que culminaram na morte de professores e alunos. Tudo isto coopera para o adoecimento da nossa categoria. Precisamos lutar para que esta realidade mude imediatamente”, comenta a diretora, complementando que o descaso do governo com os professores e orientadores educacionais é mais um motivo de adoecimento. “Estamos há oito anos sem reajuste salarial, convivemos com salas lotadas, falta de estrutura e com o descaso do GDF com a educação. Por isso entraremos em greve a partir do dia 4 de maio”, finaliza.

 

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