25 de maio, Dia da África

25 de maio de 1963. Nesse dia, em Adis Abeba, capital da Etiópia, foi fundada a Organização da Unidade Africana (OUA). Seu objetivo era estimular a independência dos países africanos contra a colonização europeia, além de promover a cooperação mútua entre os países membros. Em 2002, a OUA passou a se chamar União Africana.

O 25 de maio é também celebrado internacionalmente como o Dia da Libertação Africana. Esta é uma forma de lembrar a luta dos países do continente pela autodeterminação de seus povos, além da busca pela reparação dos danos causados pelo colonialismo.

No Brasil, essa data se reveste de especial importância, uma vez que possuímos a maior população negra fora do continente africano. Foi também o Brasil o último país do mundo a abolir oficialmente a escravidão, e o maior receptador de pessoas oriundas do tráfico transatlântico de seres humanos.

Por essas razões, a população brasileira também sofre com os efeitos negativos do colonialismo. Nesse sentido, valorizar a história de luta por independência dos países africanos é essencial para a superação do racismo estrutural.

Em 2003, foi sancionada a Lei 10.639, que determina obrigatoriedade do ensino da história e cultura africana nas escolas. Com isso, o conteúdo programático do ensino médio e fundamental passou a incluir o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil. Conforme dispõe a lei, esses conteúdos devem ser ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, mas especialmente nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras.

Tema para pesquisa em sala de aula
A própria história da fundação da União Africana é rica em detalhes. A Etiópia não foi escolhida por acaso para ser a sede do evento: fora o único país do continente que não se curvou ao colonialismo europeu, pois resistiu política e militarmente às tentativas de invasão.

O líder etíope, imperador Hailé Salassié, foi um gigante ao liderar seu povo e evitar que este fosse dominado. Batizado como Tafari Makonnen e posteriormente chamado por Rás Tafari, ele nasceu em Ejersa Goro a 23 de julho de 1892, e morreu em Adis Abeba a 27 de agosto de 1975. Foi regente da Etiópia de 1916 a 1930, imperador de 1930 a 1974 e herdeiro de uma dinastia cujas origens remontam ao século XIII (e ao Rei Salomão e à Rainha de Sabá). É considerado um símbolo religioso, o Deus encarnado, entre os adeptos do movimento rastafári.

Há muito mais a se falar da fundação da União Africana, a começar pelo crucial papel do primeiro-ministro de Gana, Kwame Nkrumah, um dos fundadores do panafricanismo.

Trata-se de excelente tema para pesquisa a ser realizada por alunos de ensino médio.