Dia Nacional da Liberdade de Imprensa e a importância do combate às fake news

Depois de pagar caro e quase se afundar num abismo econômico por causa de um golpe de Estado construído, aplicado em 2016 e continuado nas eleições de 2018, com largo uso de fake news (notícias falsas) e tramas ideológicas veiculadas pela imprensa liberal, o Brasil se desperta, em 2023, para o significado da expressão “liberdade de imprensa”.

Nesta quarta-feira (7), o País celebra o Dia Nacional da Liberdade de Imprensa com reflexões sobre a importância do combate às fake news e do fortalecimento da democracia. Uma breve análise do papel da fake news na recente história do País mostra que liberdade de imprensa não é liberdade de empresa.

O acordar para as notícias falsas

O Brasil demorou de 2016 a 2022 para acordar dos malefícios das fake news e dar um passo firme, nas eleições de outubro do ano passado, para sair do abismo econômico e político a que foi jogado pelo golpe de Estado de 2016. Foram 6 anos debaixo de um virulento e sistemático jogo de fake news e de doutrinação ideológica veiculado, diariamente, pela chamada “grande” mídia.

As notícias falsas quase destruíram a democracia e serviram para encobrir uma sequência de golpes contra a economia do País, que, pode ser resumida na expressão “passar a boiada”, utilizada, sem constrangimento, pelo governo Bolsonaro.  O Sinpro destaca que a recente história do Brasil mostrou que combater as fake news é um exercício diário de reflexão sobre a situação do País que todo brasileiro deve de fazer diante do noticiário das mídias liberais.

Também ressalta a importância do fortalecimento dos canais de transparência dos governos nas três esferas da União, do acesso à informação de qualidade pela sociedade e de todas as garantias para a população ter o direito à informação real, sem notícias falsas (fake news). A mídia que não publica fake news tem compromisso com sua nação. É preciso também estar alerta para as novidades e o uso ideológico, por exemplo, da chamada “Inteligência Artificial”.

Liberdade de imprensa é fundamental para a democracia

Atualmente, recém-saído de um golpe de Estado, o Brasil precisa estar atento(a) para não confundir liberdade de imprensa com a divulgação de ideologias belicosas. Este ano, como em toda edição do Dia Nacional da Liberdade de Imprensa, as entidades defensoras da democratização da comunicação social reforçam a luta contra as fake news e ressaltam que o País foi exemplo mundial de como as notícias falsas são criadas para enfraquecer a democracia e desviar dinheiro público para esquemas privados de apropriação indevida das riquezas nacionais.

“A liberdade de imprensa é fundamental para o fortalecimento da democracia. Mas a liberdade de imprensa não pode ser restrita a veicular a opinião ou interesses particulares ou corporativos do dono da empresa de comunicação. É diferente. A liberdade de imprensa tem de significar uma possibilidade que cada cidadão e cidadã terá de conhecer o que está acontecendo a sua volta, na sua conjuntura, nos seus universos humanos, econômicos, políticos, sociais. Essa é a liberdade de imprensa”, alerta Cleber Soares, diretor do Sinpro.

Ele lembra que, no Brasil, há sempre um debate enviesado que confunde liberdade de imprensa com liberdade de empresa, que confunde liberdade de imprensa com a liberdade e o direito de ter informações reais sobre o fato verdadeiro com a veiculação de interesses particulares e corporativos daqueles que controlam os meios de comunicação.

“No Brasil, depois dessa onda absurda de fake news que corroeu a nossa democracia, essa situação não pode mais voltar a acontecer. Notícias falsas que naturalizaram e estimularam desvios de dinheiro público, apropriações indevidas de riquezas nacionais, preconceitos, mortes e todo tipo de discriminações, gerando violências, deturpando consciências e fragilizando as políticas públicas sociais e emancipatórias, como educação, saúde, segurança, não podem mais acontecer. Por isso, é fundamental que continuemos a exigir uma imprensa livre, democrática, que respeite as pessoas, a diversidade humana, que sirva para fortalecer a democracia”, finaliza o diretor.

MATÉRIA EM LIBRAS