Os velhacos da democracia

Em artigo assinado nesta sexta-feira (21/10) no Correio Braziliense, o procurador do trabalho Leomar Daroncho comparou patrões que tentam controlar o voto dos empregados a “velhacos” da democracia.

Diz o dicionário que velhaco é adjetivo que significa “que propositadamente engana, ludibria; enganador.” Ou, então, “que age mal, trapaceia; traiçoeiro, ordinário, patife.”

No artigo, Daroncho explica a contrariedade de setores econômicos que temem perder privilégios com o voto livre é histórica e ajuda a entender o assédio contra os trabalhadores no atual processo eleitoral. Conta que nestas eleições, em meio a mensagens com ameaça de fechamento de empresas ou demissão de funcionários em caso de vitória de determinado candidato, “o Ministério Público do Trabalho (MPT) já recebeu 572 denúncias. Das denúncias identificáveis, na disputa presidencial, 99,41% têm Bolsonaro como beneficiário do assédio, enquanto Lula representa 0,59% dos casos”.

O procurador do trabalho faz outra importante diferenciação entre o chamado voto de cabresto e o que vem acontecendo nas eleições de 2022. No voto de cabresto, o eleitor era intimidado e submisso, e obedecia às ordens do coronel do curral eleitoral, enquanto que “no assédio da atual eleição, a irregularidade é ainda mais grave, a vontade do trabalhador pode ser oposta à do patrão”, ou seja, o trabalhador sabe em quem votar, mas é coagido pelo patrão.

Reportagem do portal da CUT publicada também nesta sexta-feira (21/10) informa que “Balanço do MPT mostra que 903 trabalhadores denunciaram 750 empresas por assédio eleitoral. O número é 325% maior em comparação às eleições de 2018”.

Daroncho conclui seu artigo informando o site para denunciar o assédio eleitoral: mpt.mp.br