Agrofloresta criada por professor no CEMTN transforma a qualidade de vida de toda a comunidade

Em época de seca, a temperatura nas salas de aula do CEMTN (Centro de Ensino Médio de Taguatinga Norte) chegava a atingir 39° C próximo às janelas, que são de metal. Os prejuízos, claro, eram dos mais variados: professores e professoras recorrentemente precisavam de afastamento para tratar os danos na voz, e os problemas de indisciplina entre os estudantes se ampliavam e aprofundavam.

O problema piorava porque frequentemente havia queima de capim nos arredores da escola, o que comprometia ainda mais a qualidade do ar e prejudicava o solo.

Diante de todo esse cenário, em 2006, o professor Valdison Morais, que lecionava Química, tomou a iniciativa, juntamente com os estudantes, de promover a arrancada do capim pela raiz, de modo que ele não crescesse mais. No local, foram plantadas árvores – assim, além de acabar com o capim, as árvores geraram sombra, frutos e umidade do ar. E os microorganismos naturais do solo foram preservados.

Em 2009, com a epidemia de H1N1, contexto no qual a limpeza permanente das mãos era necessidade para evitar o contágio, o professor notou que a água utilizada nas pias poderia ser reaproveitada para irrigar as árvores plantadas. A contribuição da iniciativa foi tão grande, que a proteção garantida pelas árvores fez baixarem as temperaturas nas salas de aula para 24º C.

Em pouco tempo, os danos à voz dos profissionais da educação, bem como as questões disciplinares dos e das estudantes diminuíram decisivamente. O projeto se ampliou e novas árvores foram plantadas. As árvores frutíferas também somaram para uma alimentação saudável, livre de agrotóxicos ou adição de qualquer substância que causasse danos a saúde.

Assim, nasceu uma agrofloresta no espaço do CEMTN! Inicialmente, o projeto era desenvolvido nos intervalos. Depois, o professor Morais criou um grupo de estudos que envolveu estudantes – especialmente aqueles com mais dificuldades e problemas disciplinares -, e realizavam as tarefas no seu turno contrário.

O projeto fez tanta diferença que teve o reconhecimento de instituições importantes, como a Fundação Athos Bulcão, Instituto Ayrton Senna e Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), entre outras! E tudo foi autofinanciado pelo próprio grupo envolvido, com “vaquinhas” e contribuições voluntárias, sem nunca utilizar recursos da escola ou ter apoio do governo.

A iniciativa do professor Morais trouxe mais qualidade de vida a toda a comunidade, além de melhorar significativamente as condições de trabalho na escola! Outras experiências semelhantes também vêm sendo desenvolvidas em outras escolas e regionais, e os professores(as) e orientadores(as) educacionais que quiserem compartilhar seus projetos podem entrar em contato com a imprensa do Sinpro pelo e-mail imprensa@sinprodf.org.br.