Lugar de autista é em todo lugar

O dia mundial de conscientização do autismo foi criado em 2007 pela Organização das Nações Unidas (ONU) para chamar a atenção da sociedade e reduzir a discriminação e o preconceito contra pessoas dentro do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). A cor símbolo dessa data é o azul, que é a cor do evento “abril azul”, e que ilumina vários cartões postais em todo o planeta – inclusive a Praça dos Três Poderes.

Neste ano, o tema da campanha é “Lugar de autista é em todo lugar”. A ideia é incentivar a inclusão e a interação desses indivíduos. Dados da ONU indicam haver mais de 70 milhões de pessoas com autismo em todo mundo. São indivíduos que tem sua maneira peculiar de comunicar e interagir com a sociedade.

O autismo é uma síndrome que afeta vários aspectos da comunicação, além de influenciar também no comportamento do indivíduo. Segundo dados do CDC (Center of Deseases Control and Prevention), órgão ligado ao governo dos Estados Unidos, existe hoje um caso de autismo a cada 110 pessoas. Dessa forma, estima-se que o Brasil, com seus 200 milhões de habitantes, possua cerca de 2 milhões de autistas.

Diante disso, você pode pensar: “Por que de alguns anos para cá aumentou tanto o número de pessoas com TEA? O que aconteceu”? Muitos ainda ficam confusos com relação ao diagnóstico e à prevalência, mas a resposta se dá devido ao aumento de profissionais capacitados e consequentemente aos diagnósticos assertivos, ao aumento do número de estudos e de pesquisas, à melhora na qualidade dos serviços de saúde e no aumento da conscientização da população em geral (Júlio Costa e Antunes 2018).

Pessoas com autismo não são “especiais”. Não existe um autismo igual a outro. Cada indivíduo TEA tem necessidades específicas. O que ajuda a um autista pode não funcionar com outro. São pessoas com hiperfoco em determinados assuntos, e hiper ou hipossensibilidade a estímulos sensoriais (frio / calor, luz / escuridão, barulho / silêncio dor, cansaço, fome etc).

O transtorno do espectro autista (TEA) se refere a uma série de condições caracterizadas por algum grau de comprometimento no comportamento social, na comunicação e na linguagem, e por uma gama estreita de interesses e atividades que são únicas para o indivíduo e realizadas de forma repetitiva. 

 

Escola é desafio

Por se tratar de um transtorno que afeta os indivíduos de forma específica, a escola é um desafio para os autistas – e os autistas são um desafio para professores(as), orientadores(as) educacionais e psicopegdagogos(as). Com direito a histórias de sucesso.

A estudante Laís Coelho, 18 anos, Portadora do transtorno do espectro autista (TEA) e do transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), foi aprovada em sétimo lugar no Processo Seletivo de Avaliação Seriada (PAS) para o curso de engenharia aeroespacial, estudando praticamente sozinha, segundo informações do Correio Braziliense. Ela conta que frequentou apenas dois meses de cursinho, e enfrentou preconceito e exclusão de colegas e professores.

Laís fez o ensino médio no Instituto Federal do Maranhão. Ela escolheu engenharia aeroespacial porque gostou da grade curricular e curte matemática. “Me pareceu uma coisa bem divertida para trabalhar”, disse.

A aprovada na UnB conta que o TDAH lhe impõe limitações. Para ela, é muito difícil prestar atenção nas aulas. “No cursinho tive crises e tanto os colegas como professores não souberam lidar com a situação. É importante que as pessoas reflitam, entendam que é importante a inserção, o compartilhamento”, diz.

 

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