9 de junho | No Dia da Imunização, o Sinpro-DF denuncia a morosidade na vacinação

 

 

 

O Dia da Imunização, lembrado nesta quarta-feira (9), marca a morte de mais de 477 mil brasileiros por Covid-19 (até o fechamento desta nota) em pouco mais de 1 ano. É uma data que assinala também o conjunto de omissões e ações dos governos Jair Bolsonaro (sem partido), Ibaneis Rocha (MDB) e vários outros aliados na má gestão da pandemia do novo coronavírus.

 

No Distrito Federal, a data é marcada pela lentidão na vacinação dos/as trabalhadores/as da Educação e da população. O DF é vítima da política “negacionista de ocasião” da ciência. Além de não agir com responsabilidade para debelar a crise sanitária, o Governo do Distrito Federal (GDF) não imprime, na cidade, o ritmo necessário e urgente de imunização do setor da educação e da população em geral que outras regiões do País estão fazendo.

 

Nesta sexta-feira (11), o Estado de São Paulo antecipa a vacinação de 363 mil profissionais da educação básica de 18 a 44 anos, cujo início estava previsto para ocorrer só a partir de 21 de julho. Com isso, SP terá 100% dos/as trabalhadores/as da educação básica imunizados/as. No DF, a vacinação começou no dia 21 de maio, depois de muita pressão da categoria, e até agora, 19 dias depois, só vacinou 2 mil profissionais da educação básica.

 

O ritmo é de 500 vacinas por dia para a educação, 400 para profissionais da rede privada de ensino e, somente 100, para rede pública. Importante ressaltar que os/as já vacinados/as da educação pública são integrantes das equipes gestoras, que atuam na linha de frente e que, até isso foi questionado na capital do País: o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) teve coragem de questionar na Justiça esse direito de gestores à prioridade na vacinação. Justamente contra eles/as que nunca pararam de atuar presencialmente nas escolas durante a pandemia.

Muitos foram contaminados e morreram por Covid-19. A atitude do governo Ibaneis é criticada por cientistas do mundo inteiro porque a capital do País é uma das menores unidades federativas, com o privilégio de ter um sistema de saúde eficiente e que poderia estar dando um show de rapidez na vacinação e de superação da pandemia e da crise econômica. Mas, não! Está enterrada na necropolítica.

 

A situação é tão grave, que merece, como ocorre com o governo Bolsonaro no Senado Federal, uma CPI para apurar a gestão da pandemia. Um dos motivos é o fato de GDF estocar mais de 1 milhão de doses de vacina recebidas do Ministério da Saúde enquanto a população morre de Covid-19. Por que o governo Ibaneis estoca vacina e não acelera a imunização?

 

A denúncia é do G1, veiculada nesta quarta-feira (9), e revela que, enquanto o GDF estoca vacina, os brasilienses perdem a vida para a Covid-19. A reportagem mostrou que, enquanto o imunizante está estocado, o governo Ibaneis só vacinou, até agora, 30% da população acima de 18 anos com a primeira dose. Também revelou que, no domingo (6/6), 14% das doses recebidas não tinham sido distribuídas aos postos de vacinação. No total, mais de 100 mil doses foram distribuídas para pessoas que residem fora do DF e os óbitos pela Covid-19 cresceram em 160%.

 

“Quando é que a população do DF será vacinada Ibaneis Rocha? Cadê o nosso calendário? CADÊ A VACINA?” Essa é a cobrança e a pergunta da população nas redes sociais. Essa revelação também enseja o questionamento acerca da administração pública e sugere a necessidade de checagem, de investigação, de CPI porque isso configura má gestão administrativa e do dinheiro público.

 

Esse é um das centenas de motivos pelos quais as gestões públicas do Brasil e do DF estão sendo questionadas e também a razão pela qual o Brasil vacina por mês o que a China imuniza por dia. Tudo isso é resultado de decisões políticas que matam ou não pessoas de todas as regiões, credos, idades e realidades socioeconômicas diariamente.

 

O Dia da Imunização é, portanto, ocasião para mostrarmos a lentidão na vacinação e explicarmos que, muitas vezes, no direito administrativo, a morosidade é apontada como crime. Daí ser oportuno indagarmos sobre a quem interessa o alastramento da pandemia e essa quantidade exorbitante e desnecessária de mortes diárias por Covid-19, bem como ter a educação presencial paralisada por causa da falta de vacina e de ajustes das escolas para receber os/as trabalhadores/as e os/as estudantes.

 

Valesca Leão, diretora do Sinpro-DF, destaca que a data merece ser lembrada como um dia de luta de classe trabalhadora e recordar a história do Brasil, quando, no século XX, o povo foi para as ruas para que o Brasil instituísse o SUS com garantias de sua existência na sua Lei Maior: a Constituição. Ela ressalta que, neste momento de pandemia que o mundo enfrenta, com uma avalanche de mortes pela Covid-19, o governo Bolsonaro e alguns governos locais não investem o dinheiro público em saúde pública e nega a ciência para não justificar esse não uso dos recursos nas áreas primárias do Estado.

 

“Valorizar e dar visibilidade às campanhas de vacinação desenvolvidas pelo Sinpro-DF e pelo SUS é sinônimo de compromisso e preocupação com a qualidade de vida da população e empenho para o acesso igualitário para todos(as)”, afirma a diretora. Ela explica que imunizar é a primeira fórmula para vencer a pandemia.

 

“Vacinar em massa é mais do que política de saúde, é também política econômica e, sobretudo, humana e de compromisso com o dinheiro público e com a vida”, diz. Valesca alerta também para a necessidade de as pessoas terem amor à Pátria e ficarem atentas para enxergar os maus governantes e não mais votarem neles. “Essa é postura que fortalece um País soberano”, diz a diretora.

 

A diretoria colegiada do sindicato ressalta ainda que esta poderia ter sido uma data de comemoração, de valorização do Sistema Único de Saúde (SUS) e de mostrar ao mundo a capacidade e a expertise dos serviços públicos do Brasil nos campos da educação, saúde, e pesquisa científica, bem como na produção de imunizantes e na agilidade e alcance em vacinação para debelar qualquer pandemia. Mas, não está sendo assim porque, nos últimos 4 anos, os governantes eleitos não adotaram políticas de soberania nacional.

 

Dentre outras iniciativas para que o cenário fosse diferente, bastava o Brasil usar o seu dinheiro do Orçamento público e os recursos advindos das riquezas naturais do País, como os royalties do pré-sal (se o pré-sal ainda pertencesse ao nosso País), nas políticas de saúde, pesquisa, vacinação, produção de imunizantes, educação, geração de emprego e renda e de fortalecimento das empresas de todos os tamanhos para erradicar a crise sanitária e barrar a crise econômica.

 

O Sinpro-DF também aproveita a data para alertar sobre o uso das medidas sanitárias que evitam a infecção pelo novo coronavírus, como lavar as mãos e o antebraço com água e sabão durante 20 segundos, manter o distanciamento social, evitar aglomeração, usar máscaras capazes de frear o contágio e, quando não tiver água e sabão, usar álcool em gel 70%.  Recomenda, sobretudo, que, nas eleições de 2022, é preciso prestar atenção ao que o sindicato diz sobre os políticos em disputa pelos cargos dos Poderes Legislativo e Executivo porque não é a imprensa dos patrões que defende os interesses dos trabalhadores e, sim, o sindicato.

 

A imagem representativa dessa matéria é uma réplica da campanha publicitária do GDF, na qual ele trabalha a conscientização do público sobre a pandemia, porém, não trabalha a sua própria conscientização e ação para materializar a vacinação em massa, única saída para controlar e debelar a pandemia.

 

 

A vacina salva vidas!