Sindicatos se reúnem na CUT Brasília para organizar a greve geral do dia 14/6

O Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF) e todos os demais sindicatos filiados participaram, na manhã desta segunda-feira (10), da Plenária Rumo à Greve Geral, da Central Única dos Trabalhadores (CUT) Brasília, sobre a preparação da Greve Geral da Classe Trabalhadora a ser realizada nesta sexta-feira (14/6).

No encontro, representantes dos sindicatos defenderam a greve geral e a inclusão, na pauta do movimento, da tentativa do governo Ibaneis Rocha (MDB) de prejudicar o funcionalismo público distrital com a extinção da Licença-Prêmio por Assiduidade (LPA) e a privatização das empresas estatais CEB, Caesb, BRB e Metrô.

A pauta nacional da greve do dia 14 é contra a reforma da Previdência e em defesa da educação e do emprego. Dentre as deliberações, destaque para a decisão de não realizar um ato público centralizado em um único local no centro de Brasília, e sim chamar os(as) trabalhadores(as) para cruzarem os braços e pararem o sistema produtivo.

Durante esta semana, haverá panfletagem e atividades sindicais nos principais pontos da cidade e locais de trabalho para divulgar a greve. “Ou os(as) trabalhadores(as) do serviço público e da iniciativa privada fazem esta greve ou vão chorar pelo resto da vida”, alertou o sindicalista e deputado distrital Chico Vigilante.

Ele lembrou da greve geral de 1986, quando 25 milhões de trabalhadores(as) de todo o país pararam o sistema produtivo por causa do Plano Cruzado II, do ex-presidente José Sarney, que promoveu um arrocho salarial e o confisco. “O Brasil parou. Aqui em Brasília, eu disse, na época, que o objetivo era parar até o Bar do Português. E paramos”

O distrital ressaltou que, na época, assim como hoje, todas as categorias do serviço público e da iniciativa privada tiveram motivos para parar. Se em 1986 eram o confisco e o arrocho, hoje é a reforma da Previdência; a entrega das estatais, que abrange todo mundo; o ataque brutal à educação pública, cujo resultado é os(as) filhos(as) dos(as) trabalhadores(as) não terem um curso superior; o desmonte das universidades e institutos federais.

“O que não falta é motivo para todos(as) os(as) trabalhadores(as) pararem. O que está acontecendo hoje, nos governos Bolsonaro e Ibaneis, é diferente de privatização das estatais. Não estão privatizando, estão desnacionalizando a economia brasileira. Se alguém disser que nenhuma dessas coisas não lhe atinge, tem uma que atinge a todos(as): o ataque à democracia. Isso atinge a todos(as) indistintamente. E ainda tem gente que diz que não tem motivo para parar”, comentou Vigilante.

Rodrigo Britto, presidente da CUT Brasília, avisou que, no dia 14, não haverá ônibus, Metrô e nenhum transporte público nas ruas. “Os bancos e as escolas, os serviços públicos não abrirão. O que vai ocorrer é greve geral”, disse.

A divulgação será fortalecida na quinta-feira (13). Britto afirmou que será necessária a realização de piquetes e outras atividades que assegurem o movimento da classe trabalhadora contra a extinção do direito à aposentadoria, o desmonte e privatização do Sistema de Seguridade Social, os ataques à educação pública para privatizá-la e a defesa do direito ao emprego.

Os(as) dirigentes concluíram que o Brasil vive um momento de constante atuação e mobilização em razão dos ataques que a classe trabalhadora vem sofrendo pelas políticas neoliberais, de desnacionalização da economia e das chantagens do Ministro da Educação. A Universidade de Brasília (UnB) criou o Comitê de Defesa da UnB, que irá participar da greve.

Jacques Novion, diretor da Associação dos Professores da Universidade de Brasília (ADUnB), disse que a greve de 14 de junho não é somente pela democracia. “E sim contra a entrega do nosso país, dos nossos recursos e, com ele, da nossa mão de obra trabalhadora; é a destruição de nossas vidas e do futuro da juventude; é o abandono dos aposentados; é a incapacidade de podermos trilhar o caminho da construção de um país que nós queremos”, afirmou.

Rosilene Corrêa, diretora do Sinpro-DF, da CNTE e da CUT Brasília, defendeu a greve e disse que “a luta não é somente pela democracia. A luta é pela garantia de mantermos as conquistas históricas do movimento operário e, mais do que isso, dos direitos conquistados com muita luta pelos trabalhadores e trabalhadoras. Se não tivermos essa compreensão neste momento vamos viver, no futuro breve, uma situação muito mais drástica que imaginamos”, alertou.