136 anos da falsa abolição: Como o racismo afeta a classe trabalhadora?

O Sinpro participou do Seminário 136 anos da falsa abolição: Como o racismo afeta a classe trabalhadora?, realizado na última segunda-feira (06), no auditório da CUT DF. Organizado pela Secretaria de Combate ao Racismo da Central Única dos Trabalhadores, o evento convidou os(as) participantes a refletirem sobre o tema da falsa abolição da escravatura. Além do presidente da CUT DF, Rodrigo Rodrigues, participaram a diretora do Sinpro e secretária de Racismo da CUT DF, Ana Cristina; Anatalina Lourenço, assessora chefe de Participação Social e Diversidade do Ministério do Trabalho e Emprego; Mariel Angeli, economista no DIEESE; além de representantes de entidades sindicais e de movimentos populares.

Por muito anos a história oficial do Brasil tentou convencer tanto povos negros quanto a população em geral de que a Lei Áurea foi um ato de benevolência da Coroa Portuguesa, e de que a partir de então, todas as chagas da escravidão estariam eliminadas da sociedade brasileira. Entretanto, passados 136 anos, o racismo e a desigualdade racial seguem como dois dos principais problemas do país.

Durante o seminário a economista do Dieese falou sobre um estudo que aborda a desigualdade racial no mundo do trabalho, apontando que apesar da maior parte da classe trabalhadora ser de pessoas negras, elas continuam com salários menores, menor participação em cargos de chefia e do fato do nível de desigualdade continuar gritante. Já Anatalina Lourenço relembrou o trabalho feito pelo Ministério do Trabalho, que resgatou mais de 3 mil pessoas em situação de trabalho análogo à escravidão, a situação das empregadas domésticas e a invisibilidade das trabalhadoras negras, especialmente por serem, muitas vezes, as únicas fontes de renda da casa.

Pelo fato de vivermos um processo de racismo estrutural, este é um tema que precisa ser enfrentado por todos os sindicatos para que possamos conquistar mais direitos e condições de vida digna para os(as) trabalhadores(as).

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