11 de março – 52 anos da morte de Anísio Teixeira

Há 52 anos o Brasil perdia o “pai da escola pública”. Um dos ícones da educação brasileira do século XX, Anísio Teixeira ficou conhecido e bastante respeitado por defender uma educação pública, gratuita e laica. Educador, escritor e jurista, ele acreditava que a educação deveria ser um direito de todos(as) e atuou, durante grande parte de sua vida, desenvolvendo projetos na gestão pública da educação.

No dia 11 de março de 1971, Anísio Teixeira, então com 70 anos de idade, se dirigia à casa de Aurélio Buarque de Holanda, em um prédio em Botafogo, no Rio de Janeiro, quando foi encontrado morto dois dias depois.

 

História

Na década de 1930, Anísio foi reconhecido como um dos maiores educadores do Brasil e fez parte do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova. Esse documento, formulado no ano de 1932, propunha uma reformulação da educação no Brasil e estipulava a construção de uma escola pública e laica que não permitisse que o acesso à educação fosse visto como um privilégio, mas sim como um direito de todo cidadão brasileiro. A proposta do manifesto defendia uma escola que superasse o ensino tradicional e que fosse responsável por educar e formar homens e mulheres livres, que pudessem participar do processo de construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Anísio Teixeira acreditava que essa escola pública com ensino crítico e reflexivo era crucial para a consolidação da democracia no Brasil.

Em 1947 o educador foi convidado pelo então governador da Bahia, Otávio Mangabeira, para trabalhar como chefe da Secretária de Educação do estado. Nesse cargo ele foi responsável por projetos educacionais importantes, como exemplo da Escola-Parque, onde era fornecido ao(à) aluno(a) alimentação, higiene, além de estudos para formá-lo(a) como cidadão(ã) e para prepará-lo(a) ao mercado de trabalho. Esse projeto desenvolvido por Anísio Teixeira corresponde ao que conhecemos atualmente como ensino integral.

Na década de 1950 ele atuou na chefia da Capes, na Campanha de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior, e no Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (Inep), importantes órgãos da educação no país. Nesse período, ele teve atuação crucial na formulação da primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, um dos documentos mais importantes que regem a educação brasileira.

Já em 1961, Teixeira foi um dos idealizadores da Universidade de Brasília (UnB), sendo reitor dessa instituição de junho de 1963 a abril de 1964. Ele foi afastado da reitoria logo no início da Ditadura Militar. No período autoritário, ele ainda foi aposentado compulsoriamente do serviço público.

Para o Sinpro, Anísio Teixeira é o principal idealizador das grandes mudanças que marcaram a educação brasileira no século 20. Foi pioneiro na implantação de escolas públicas de todos os níveis que refletiam seu objetivo de oferecer educação gratuita para todos e todas.