Sinpro participa de ato contra as OS’s na educação pública

Representantes da CUT, da CNTE, do Sinpro e outros sindicatos de várias partes do País participaram, em Goiânia, do Ato Nacional contra a implantação das Organizações Sociais (OS) nas Escolas Públicas do Estado. A manifestação, organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), foi realizada durante a manhã de terça-feira (02), na Praça Cívica, e contou com a presença de professores(as), estudantes, entidades socais como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), além de populares, todos contra a política privatista implantado pelo governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). O chefe do Executivo quer implantar as Organizações Sociais (OS) em 25% da rede estadual de ensino do estado.
A Lei 9.637, que regulamenta as atividades das OS, foi proposta pelo governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) no contexto da reforma neoliberal do Estado brasileiro. Ela introduz um modelo contraproducente e entreguista de gestão, que visa repassar a oferta dos serviços públicos para a iniciativa privada. E no caso da educação, não parece nada factível que as Organizações Sociais serão capazes de atender, de forma universal, democrática, igualitária e plural, uma demanda social de interesse direto de mais de 40 milhões de crianças e jovens matriculados em escolas públicas do país.
A presidente da Sintego, Bia de Lima, afirmou que a implantação das OS’s destrói a carreira dos trabalhadores da Educação e a perspectiva da escola pública. Bia complementou dizendo que está equivocada a ideia de que a escola precisa ser entregue ao setor privado para funcionar. “Na verdade, você entrega a escola pública, entrega os estudantes, entrega os recursos públicos para a Organização Social lucrar à custa dos trabalhadores. Nós precisamos mais que nunca mostrar que não é este o caminho. Estamos aqui para dizer em alto e bom tom que defendemos a escola pública, que o governo vem estrangulando há anos”, afirma Bia de Lima.
A ideia foi compartilhada pela secretária geral da CNTE, Marta Vanelli. Segundo ela, estamos combatendo uma política nefasta, privatista, que em Goiás está em estágio avançado. “Estamos juntos com o Sintego e com todos os sindicatos filiados dos demais estados brasileiros com o objetivo de por um fim nesta política de privatização. Prestamos solidariedade aos professores e aos estudantes de Goiás contra a implantação das OS’s, porque daqui a pouco os pais terão de pagar mensalidade para que seus filhos estudem em escolas públicas”, comentou Marta, salientando que não são somente os estudantes que perderão com este processo de privatização, mas também os professores. “Quem vai contratar e ter o motivo de demitir é a empresa que vai gerir as escolas. Isto é uma afronta ao funcionalismo público e a todos aqueles que vivem e conhecem a educação”.
Rodrigo Rodrigues, secretário Geral da CUT Brasília, afirmou que a Central Única dos Trabalhadores está junta com os trabalhadores da educação de Goiás e de todo o País. “Viemos mostrar que a luta pela educação é de todos. É de responsabilidade do Estado uma educação pública financiada 100% pelo estado e não privatizada, sucateada. Defendemos que os professores sejam respeitados, as escolas tenham a infraestrutura necessária para a prática do saber e não vamos permitir a implantação das OS’s em Goiás”, declarou o representante da CUT Brasília.
Representando o Sinpro, o diretor Cláudio Antunes lembrou que as OS’s são uma forma de terceirização do serviço público. “No Distrito Federal temos um governo que tenta fazer o convencimento de que as OS            ‘s vêm para melhorar a educação pública. Isto é uma mentira e precisamos levar este tema para o debate para desmascarar toda esta falácia. Estão privatizando nossas escolas, nossos hospitais e precisamos lutar contra este retrocesso”.
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Após as falas os manifestantes andaram até o Palácio Pedro Ludovico (sede do Executivo) para uma audiência com o governo de Goiás. A comitiva foi recebida pelo secretário extraordinário do Governo, que se comprometeu em agendar uma reunião com o governador Marconi Perillo (PSDB). “O governo de Goiás não tem dialogado com a população e com a comunidade escolar sobre a implantação das OS’s. Precisamos intensificar a luta contra a privatização do serviço público e não vamos permitir o desmantelamento daquilo que é público, da sociedade brasileira”, finalizou Bia de Lima.
 
Crédito das fotos: Deva Garcia