Sem debate, Secretaria apresenta propostas de ciclo e semestralidade

 
O secretário de Educação Denilson Costa apresentou ao Sinpro nesta segunda-feira, 3,   os projetos de implantação dos ciclos no ensino fundamental séries iniciais e finais e da semestralidade no ensino médio. Ele afirmou que as duas propostas serão implantadas em 2013. Estavam presentes os diretores Berenice Darc, Cláudio Antunes, Fernando dos Reis, Júlio Barros e Vanuza Sales.
Os diretores do Sinpro questionaram a ausência de debate com a categoria a respeito do assunto, lembrando que uma proposta dessa magnitude deveria ser debatida democraticamente com a comunidade escolar antes de sua implantação. O secretário afirmou que as discussões do currículo em 2011 foram suficientes para a tomada de decisão da implantação das duas propostas. Afirmou ainda que realizarão seminários nas regionais e um seminário no Centro de Convenções até o dia 18 de dezembro para discutir o assunto.
Entre as mudanças anunciadas para as séries iniciais: o BIA (Bloco Inicial de Alfabetização) passa a ser do 1º ao 5º ano e a reprovação só ocorrerá no 5º ano. Segundo ele os/as professores/as passarão por uma formação e o material pedagógico e técnico será compatível com a nova proposta.  A implantação será obrigatória para todas as escolas classes em 2013.
Para as séries finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano) a adesão ao ciclo será optativa, ou seja, cada escola se responsabilizará por escolher a forma de seriação. A reprovação só ocorrerá ao final do 9º ano. Só poderão participar as escolas que possuírem os quatros anos num mesmo turno (poucas escolas atendem a esse requisito).
No caso do ensino médio, a semestralidade será obrigatória em todas as escolas no turno noturno. Para os turnos diurnos as escolas devem ter número de turmas par e os três anos do ensino médio no mesmo turno. Das 87 escolas de ensino médio existentes no DF, 24 não terão a implantação por não atenderem às características exigidas.
AVALIAÇÃO
Embora a implantação dos ciclos e da semestralidade seja defendida pelo movimento do magistério nacional, o Sinpro entende que o GDF está errando na forma, já que não houve qualquer diálogo específico sobre isso com a categoria. São alterações muito profundas e que não podem ser feitas de forma açodada, sem transparência no debate. A formação dos professores também nos preocupa: como se fará essa formação se o projeto já estará sendo implantado?
O Sinpro está analisando as experiências realizadas em outros estados com a mudança na forma de avaliação e seriação a fim de analisar os resultados apresentados pela educação pública nessas unidades da federação.
No final da reunião os diretores do Sinpro  questionaram a ausência de discussão das propostas e ao mesmo tempo e cobraram a negociação a respeito da nossa campanha salarial.