Primeiro dia (16/9) do encontro da Rede de Mulheres termina com ato público em Recife

 
ato politico
Cerca de 300 pessoas estiveram reunidas no Lago do Cavouco, em frente à escultura de Paulo Freire, que foi inaugurada no ano passado na Universidade Federal de Pernambuco durante o Movimento Pedagógico Latino-americano.
Bacamartes, recital de cordel (o cordelista Ailton Mangabeira contou em seus versos a história do educador Paulo Freire), banda de pífanos, zabumbas e a quadrilha Dona Matuta, atual campeã do Festival de Quadrilhas do Nordeste, levaram um pouco da cultura nordestina ao ato Político Pedagógico Cultural organizado em homenagem ao educador, que faria 93 anos na próxima sexta-feira, 19 de setembro. Na data haverá uma nova programação, com música, arte e cultura, além de uma mesa de diálogo sobre políticas educacionais para a próxima década e contribuição ‘freireana’.
O evento marcou o início da conferência da Rede de Mulheres da Internacional da Educação da América Latina (IEAL), que vai até dia 19/9 em Recife/PE. Além do Brasil, Costa Rica, Equador, Honduras, Peru, Argentina, Chile, Guatemala, Paraguai, Uruguai, República Dominicana, El Salvador, Estados Unidos, Noruega e Colômbia estão representados no evento.
“Vamos sair daqui com as energias renovadas, sabendo que somos capazes de construir uma educação pública libertadora como queria Paulo Freire”, disse Roberto Leão durante sua fala. A manifestação foi encerrada com uma poesia de João Alexandrino, do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (SINTEPE).
Reunião Nacional
reuniao nacional
Pela manhã, a Reunião Nacional de Mulheres da CNTE antecedeu a abertura da conferência da Rede de Trabalhadoras da Educação da América Latina, em Recife/PE. Cerca de 150 mulheres representantes dos sindicatos filiados acompanharam uma análise da conjuntura apresentada por dirigentes da CNTE.
Na mesa, a secretária geral, Marta Vanelli, a secretária de Relações Internacionais, Fátima Silva, a secretária de Relações de Gênero da CNTE, Isis Tavares, e o presidente Roberto Franklin de Leão, que avaliou o momento político, econômico e social do país: “A reforma política é necessária e a luta do movimento social é por um Brasil com crescimento e desenvolvimento social”, afirmou Leão.
Fátima destacou a situação da educação e do movimento sindical em outros países da América Latina e Central. Em relação ao Brasil, concluiu: “Temos a responsabilidade política de dizer que este país tem projeto e esse projeto está nas mãos de uma mulher”.
Para Isis, a questão da reforma política também é prioridade, reforçando o papel da mulher nos espaços de poder: “Queremos uma sociedade mais igualitária. Sem feminicídio. Vamos fazer uma grande revolução, vamos para a luta”.
A secretária de combate ao racismo da CNTE, Ieda Leal, de Goiás, falou sobre a importância das lutas sociais: “Me move falar 24 horas contra o racismo”. Representantes de Piauí, Minas, São Paulo e Rio Grande do Sul também se manifestaram no debate.
A rede
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Na abertura da conferência da Rede de Trabalhadoras em Educação da América Latina,  no começo da tarde desta terça-feira (16/9), o presidente da CNTE, Roberto Leão, comentou sobre o papel feminino no movimento: “No momento em que discutimos a necessidade de uma pedagogia latino americana é fundamental que ela seja construída com a participação das mulheres”.
A Rede de Mulheres Trabalhadoras faz parte do Movimento Pedagógico Latino-americano, coordenado pela IEAL, com o apoio de diversas entidades sindicais de educadores na América Latina. No Brasil, fazem parte a Confederação Nacional dos Trabalhadores em educação (CNTE), o Proifes – Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior e a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee).
Em nome do Comitê Regional da IEAL, a secretária de Relações Internacionais da CNTE, Fátima Silva, destacou a importância da participação das mulheres. “A luta é nossa, é da causa feminista e da classe operária, que é formada por homens e mulheres. Queremos uma sociedade justa e igualitária, de equilíbrio”, afirmou a vice-presidente da Internacional da Educação para a América Latina.
Maria Teresa Cabrera, representando a Internacional da Educação, convocou a todos e todas para uma jornada de trabalho importante: “Temos de encarar o desafio que a realidade impõe às mulheres todos os dias. Independentemente de cor, classe social ou preferências sexuais”.
gildasio
O professor e artista plástico Gildásio Jardim está expondo sua arte no encontro. Ele veio da cidade de Padre Paraíso, no Vale do Jequitinhonha. Filho de costureira, ele sempre acompanhou quando levavam para sua mãe os tecidos estampados, de chita. Daí, segundo ele, surgiu a inspiração para sua arte. “A solução que eu achei foi construir a tela com os próprios tecidos e retratar as personagens da minha realidade com a estética do sertão.”, disse.
O evento está sendo transmitido ao vivo no site da IEAL: http://youtu.be/SSMYsd8LxUw
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