Faxina não é reforma: GDF não realizou obras e não pagou o 1/3 de férias

No fim de semana que avizinha a data do início do ano letivo deste ano, o Governo do Distrito Federal (GDF) divulga novas informações erradas pela imprensa. Em vez de pagar os direitos trabalhistas atrasados da categoria docente e negociar com as lideranças sindicais em reuniões e mesas de negociações, o novo governo usa a mídia para alardear inverdades, repassar “recados” às categorias de servidores públicos do GDF e desinformar a população do DF com notícias erradas.
Na antevéspera da segunda-feira (23), data que dará início ao ano letivo e marcará a primeira assembleia geral da categoria dos(as) professores(as) em 2015, o GDF diz, em matéria publicada na edição deste sábado (21) do Correio Braziliense, que “a situação lastimável das escolas públicas do DF motivou o adiamento do início do ano letivo de 9 de fevereiro para esta segunda-feira” e que “o atraso de 14 dias não foi suficiente para a reforma de 148 unidade de ensino”.
Essa matéria, intitulada “Retorno em meio a obras e publicada na página 19 do caderno de Cidades, não revela a verdadeira razão pela qual o GDF prorrogou o início das aulas para o dia 23 de fevereiro e que nenhuma obra foi realizada. Propositadamente, as obras foram definidas como “invisíveis”. Os(as) professores retornaram ao trabalho na quinta-feira (19) e não viram as obras invisíveis anunciadas pelo secretário de Educação, Júlio Gregório.
O que viram foi apenas uma faxina. As escolas estão sendo faxinadas e não reformadas. Além da faxina, o fato inédito que marcou o retorno das aulas da rede pública de ensino deste ano é que, pela primeira vez na história da Educação da capital do país, professores(as) voltam das férias sem ter recebido o pagamento do um terço de férias.
Nem que todas as escolas da rede estivessem realmente sendo reformadas, o GDF não precisava de ter mexido no calendário construído democraticamente pela comunidade escolar e as aulas poderiam ter sido iniciadas no dia 9 de fevereiro. Desde o momento em que o novo governo instituiu arbitrariamente o novo calendário escolar, a diretoria colegiada do Sinpro-DF tem se antecipado e denunciado os vários equívocos que isso tem causado e ainda irá causar à educação pública do DF.
Um deles é esse adiamento do início das aulas do dia 9 para o dia 23 de fevereiro e a redução dos recessos de meio e de fim de ano. Com isso, os estudantes da rede pública terão aula até a véspera do Natal de 2015 e concluirão o ano letivo na véspera do Ano Novo, dia 29 de dezembro. É por essas e outras que a categoria docente precisa se reunir em assembleia geral logo no primeiro dia do ano letivo. A assembleia está prevista para começar às 10h, na Praça do Buriti, nesta segunda-feira (23).