CNTE e IE homenageiam educadores comprometidos com a esperança

Cinco de outubro é Dia Mundial dos Docentes. A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e a Internacional da Educação (IE) homenageiam os 55 milhões de professores que vivem ao redor do mundo que, por meio do seu trabalho diário, tentam melhorar e transformar a realidade social de estudantes, colegas, comunidades e países comprometidos com a esperança.

A CNTE defende uma educação pública gratuita, de qualidade, para todos e em todos os níveis. Mais que uma formação para o mercado de trabalho, a Confederação – que possui 1 milhão de filiados dentro de uma base de cerca de 2, 5 milhões de trabalhadores – entende que a educação deva servir, antes e acima de tudo, à vida: à formação pessoal, cidadã, social, política.

É também da opinião, que a educação deve promover, em todos os indivíduos, o discernimento, o questionamento, a capacidade transformadora, a fim de alcançarmos um modelo de sociedade justo, fraterno e solidário. Mas, segundo a CNTE, o resgate da escola pública depende da valorização dos profissionais e, neste sentido, luta pela implementação em todo o pais do Piso Salarial dos professores da educação básica.

A Internacional da Educação destaca que, durante a sua VII Conferência Regional realizada em São Paulo, no mês de setembro, os participantes assinalaram que a desigualdade na educação é o principal problema a ser resolvido, uma vez que representa um reflexo inegável das desigualdades sociais agravadas pelas ditaduras econômicas neoliberais.

De acordo com a IE, com a crise do sistema financeiro, a classe trabalhadora enfrentou a perda dos direitos conquistados e a redução dos investimentos públicos. Diante disso, insiste que a melhor forma de enfrentar a crise é investir mais na educação pública, e principalmente, proteger as condições de trabalho e de vida dos educadores.

A organização mundial destaca ainda que, além do impacto sobre os orçamentos para a educação, neste 5 de outubro quer denunciar uma vez mais a violência moral e física a que são submetidos milhões de sindicatos de professores que sofrem perseguição, assédio e assassinato.

Segundo a IE, a qualidade do ensino não representa a única responsabilidade dos professores, mas responde por políticas públicas de educação. “Milhões de professores estão se formando em universidades privadas que surgem sem regulamentação governamental e conteúdo educacional gratuito capaz de incutir o valor da educação libertadora e transformadora do papel do professor”.

Na opinião da IE, a formação inicial e continuada garante aos professores as ferramentas necessárias para exercer uma prática pedagógica coerente com as necessidades da comunidade educativa. Mas, a luta dos sindicatos continua sendo a de monitorar a qualidade e igualdade da educação, o respeito aos direitos humanos e sindicais e de negociação coletiva, políticas públicas e orçamento para atender as realidades e necessidades dos países, planos de pensão dignos, salário justo e segurança social.

Ao finalizar a mensagem, a IE assinala que a VII Conferência Regional homenageou a memória e a luta do educador Paulo Freire, que sempre falou de “uma certa maneira de estar, para enfrentar, compreender e agir, que cria através de uma prática política, buscando a transformação da sociedade…. E essas não são virtudes de qualquer educador, mas de educadores comprometidos com um sonho político de justiça social”.

CNTE, 05/10/09